25/04/2025
Comédia

15 anos e meio

Um cientista francês, que mora nos EUA, é obrigado a voltar para casa para cuidar da filha adolescente, com quem teve pouco contato. Da convivência, descobre que a garota apenas se interessa por namoros e festas.

post-ex_7
Nascido na Argélia, quando esta ainda era colônia da França, o tarimbado ator Daniel Auteuil é um dos poucos que conseguem transitar pelos mais diferentes gêneros com igual desenvoltura e vigor. Em sua versátil filmografia podem ser encontrados suspenses (Caché), comédias (Meu Melhor Amigo), dramas (Pequenas Feridas) e thrillers (36), que comprovam sua competência
 
Por essa razão, a presença de Daniel Auteuil é, à primeira vista, o grande destaque do bem-humorado 15 anos e Meio. Escrita e dirigida pelos amigos François Desagnat e Thomas Sorriaux, cujos filmes de baixo orçamento jamais chegaram às telas brasileiras, a produção volta-se para a comédia familiar para discutir conflitos entre gerações.

A história não é nova. Pai ausente vê-se obrigado a cuidar da filha, agora adolescente, gerando situações que oscilam entre o drama e o humor. O protagonista é Philippe Le Tallec (Auteuil), um cientista francês, radicado há 15 anos nos EUA. Ele deve voltar ao seu país para vigiar Églantine (Juliette Lamboley), sua filha de 15 anos e meio (daí o título), enquanto a mãe faz uma viagem.

Depois de anos sem contato, o antagonismo entre os dois é imediato. Repressor, Philippe tenta impor regras inconcebíveis na visão de Énglantine. Enquanto isso, a adolescente vê na atitude autoritária do pai uma oportunidade de fazer o que bem entender, utilizando-se da culpa como subterfúgio.
 
Uma das curiosidades da trama é a utilização de recursos de cena muito comuns no cinema e na TV, mas que Desagnat e Sorriaux conseguem trabalhar de forma eficiente. Basicamente, Philippe alucina durante suas conversas com os demais personagens. Ele sonha acordado com situações hipotéticas – e divertidas – que poderiam resolver seus conflitos.
 
No entanto, com uma história fraca e previsível, sem espaço para grandes atuações, o que sobra em 15 anos e Meio está no que corre paralelo à relação entre os protagonistas. Os roteiristas acertam apenas na escolha dos coadjuvantes, que trazem o diferencial a esta história, que caminha sempre nas vias do lugar comum.
post