Tom Cruise, 48, Cameron Díaz, quase 38, os dois lindos, formam o par supostamente romântico deste Encontro Explosivo. Mas nem isso, nem todo o resto, dá muito certo neste novo filme do veterano James Mangold, que não repete a perícia de Johnny e June (2005), especialmente por conta de um roteiro preguiçoso, escrito pelo novato e ex-ator bissexto Patrick O’Neill.
Mesmo contando com dois atores carismáticos e, especialmente no caso de Cameron, talento cômico, o filme nunca sai de um cardápio de perseguições em carros e motos, tiroteios e explosões, que certamente deram muito trabalho ao enorme time de dublês e à imensa equipe de efeitos especiais. Tanto esforço para um resultado não mais do que morno.
Cruise interpreta Roy Miller, um agente secreto que está sendo perseguido tanto pelos colegas do governo – como Fitzgerald (Peter Sarsgaard, de Educação) – quanto por bandidões de todos os calibres – o mais engraçado deles o espanhol Antonio (Jordi Mollà). Tudo isso por quê? Miller guarda um poderoso dispositivo com incrível poder de destruição, inventado por um jovem nerd, Simon Feck (Paul Dano), que está escondido em algum lugar.
Ótimo, mas o que June Havens (Cameron), que é uma pacata cidadã com habilidades mecânicas e uma queda por carros antigos, está fazendo no meio da confusão? Isso, o roteiro nunca consegue resolver direito. Ela topa com Miller no aeroporto de Wichita, quando apenas pretendia embarcar para casa levando peças para consertar o velho automóvel do pai, que quer dar de presente à irmã (Maggie Grace) que vai casar. Apesar dos esforços de Fitzgerald e sua turma, que estão na cola de Miller, June entra no mesmo avião que ele e não sai mais da história.
O plano era criar uma trama romântica. Então porque nunca se desenvolve direito esta situação? A pobre June é arrastada por Roy para cima e para baixo, quase baleada, e pra quê? Ele passa boa parte do tempo sedando a moça e levando-a para aventuras ao redor do mundo – Espanha, Jamaica, Áustria, etc. – que estão mais para estressantes do que divertidas.
Era para ser uma comédia? Então, falhou. Encontro explosivo não passa de uma mera pilha de sequências de ação, nem tão bem-feitas assim (o uso dos efeitos visuais é preguiçoso também em várias delas). Sendo quem são, Tom Cruise e Cameron Díaz poderiam contar com um material bem melhor.