15/01/2025
Suspense

A sétima alma

No mesmo dia em que um famoso criminoso sumiu de Riverton, nasceram sete crianças. Dezesseis anos depois, crimes voltam a acontecer e os adolescentes passam a questionar a relação deles com os fatos.

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Wes Craven é um dos poucos diretores especializados em terror que ainda teimam em contrariar à crítica e agradar a muitos. Criador de A Hora do Pesadelo (1984), ele foi responsável pela franquia Pânico (1996), quando se tornou um ícone do gênero. Mas, apesar do seu sucesso, poucos entendem o seu progresso.
 
Quando colocou nas telas o personagem Freddy Krueger, não havia como saber a franquia que sairia dele. Quando se dispôs a dirigir roteiros que não eram seus, como a série Pânico, fez-se também produtor para ganhar dinheiro. Agora, em A Sétima Alma, ele é responsável por cada segundo que se vê na tela. Seja como roteirista, diretor ou produtor.

Mas o resultado da projeção é dúbio. Ao falar de um assassino serial esquizofrênico que, por meio de uma crença pouco racional, passa suas personalidades para crianças nascida na data de sua morte, há questionamentos elementares.
 
A história começa quando Abel (Raúl Esparza) pede socorro ao seu médico, pois suas seis outras personalidades (incluindo aí, a de um assassino) começam a tomar conta dele. Ao matar também sua mulher, o transtornado rapaz acaba por assassinar outros incautos pelo caminho, até a sua aparente morte. É aí que nascem sete crianças.

O corte é rápido. Depois de 16 anos, os sete comemoram os seus aniversários. Em uma numerologia aceitável apenas no contexto do filme, Craven explica que as tais personalidades só aparecem aos 16 porque é 1+6, daí 7 (almas). Está dado o pressuposto para um deles começar a matar.
 
Adam, ou “Bug” (Max Thieriot, de Jumper) é o protagonista e o primeiro a ver que há alguma coisa errada acontecendo. Afinal, não há porque duvidar dele, quando todos à sua volta estão sendo esfaqueados, como há 16 anos.

Não há como negar que Craven conheça certa sutileza adolescente para envolver o espectador nesse mundo. Mais do que isso, sabe manter um bom suspense sobre quem realmente é o assassino – vital para este filme. Porém, nota-se que o roteiro perde força no desfecho da trama.
 
A Sétima Alma é um respeitável filme de Wes Craven. Há suspense, sangue, terror. Mesmo que este diretor não tenha apreço particular pela precisão na história que conta. O que vale é o medo e a tensão do espectador. Entretanto, há uma falha quando a conclusão é menor do que tudo o que se viu até então.

De uma escola antiga, Craven, como já disse, é um daqueles diretores que idealiza um casal que se agarre no cinema quando há um susto. Ele pode ser nostálgico, mas seu filme é ideal para isso. 
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