Baseado numa das mais famosas peça de Harold Pinter – Nobel de Literatura em 2005 – Volta ao Lar exala tensão do começo ao fim. Uma família – composta apenas de homens – é desestabilizada com a chegada de um dos filhos, que traz consigo sua mulher. Numa casa de operários ao norte de Londres, moram um pai Max (Paul Rogers), seus dois filhos, o cafetão Lenny (Ian Holm), o boxer meio burro Joey (Terence Rigby), e o irmão do patriarca, Sam (Cyril Cusack). A chegada de Teddy (Michael Jayston), o filho que foi para os EUA estudar filosofia, e sua mulher, Ruth (Viven Merchant), muda drasticamente o tenso equilíbrio do quarteto.
Peter Hall dirige a partir de um roteiro assinado pelo próprio Pinter. A estrutura claustrofóbica da peça – inteira no mesmo ambiente – passa despercebida graças à direção competente, bons atores e a câmera eficiente. A força do filme, é claro, vem do texto de Pinter, cujos diálogos são verdadeiros duelos entre os personagens.
Teddy, que vem dos EUA, faz o quarteto se lembrar de suas vidas medíocres. No entanto, eles tentam até conseguir sugar o rapaz e sua esposa para seus jogos sórdidos de cinismo. Ruth, por sua vez, é a adversária à altura que eles não esperavam.