A festa no centro deste novo trabalho da diretora reúne em Nova Délhi dezenas de parentes, espalhados nos quatro cantos do mundo - EUA, Austrália, sem contar diversas regiões da própria Índia - para celebrar o casamento arranjado pelos pais da jovem Aditi (Vasundhara Das) com Hemant Rai (Parvin Dabas), um engenheiro americano de origem indiana que ainda não conhece a sua futura esposa. Casamentos desse tipo ainda ocorrem na Índia, mas não são tão freqüentes.
Nesse encontro, Lalit Verma (Naseeruddin Shah), o pai da noiva, se esforça ao máximo para fazer uma bela figura. Naturalmente, um número tão grande de convidados significa gastos elevados com toda a produção. O divertido P. K. Dubey (Vijay Raaz), uma espécie de Jim Carrey indiano, é o mestre-de-cerimônias e o grande responsável pela sangria de dinheiro dos bolsos de Lalit. Não podem faltar flores, perfumes, velas, alimentos, música. Tudo em uma abundância digna de uma família de muitas posses.
Aditi, a noiva, não parece muito entusiasmada com os preparativos, mas encara sem amargura o destino que seus pais lhe reservaram. Ela tem um relacionamento com um homem casado e não pensa duas vezes ao sair furtivamente de seu quarto, na véspera do casamento, para um arriscado encontro com o amante.
Com a chegada de novos convidados, outras histórias paralelas mas de grande importância para o desfecho do filme começam a ser esboçadas. Um amigo íntimo de Lalit, que o ajudou no passado em momentos de dificuldades financeiras, desperta em Ria (Shefali Shetty), prima de Aditi, uma animosidade aparentemente gratuita. A aproximação do homem maduro por uma prima adolescente da moça dá as pistas do motivo da rejeição.
Um Casamento à Indiana apóia-se num roteiro bem desenvolvido, com saborosas caracterizações de personagens - o mestre-de-cerimônias interpretado por Jijay Raaz tem um ar chapliniano, divertido e melancólico - e culmina numa festa de cores que levanta o astral mesmo nesses tempos frios, cinzentos e chuvosos que precedem o nosso inverno.
Cineweb-24/5/2002