08/02/2025
Romance Drama

Meu rei

Tony é uma advogada independente e bem-sucedida que se apaixona por Georgio, um dono de restaurante, Os dois vão morar juntos e têm um filho. Mas logo fica claro que a paixão não é suficiente.

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Emmanuelle Bercot venceu o prêmio de melhor atriz em Cannes 2015 (dividido com Rooney Mara, por Carol) como protagonista de Meu Rei, drama romântico de Maïwenn que explora as contradições do amor obsessivo.
 
A atriz encarna Tony, advogada criminal que se apaixona por um dono de restaurante, o impulsivo Georgio (Vincent Cassel), mergulhando numa relação intensa mas que aos poucos revela um caráter doentio.
 
O centro desta relação está no sexo, o dado que melhor funciona entre os dois. Fora da cama, o casal mostra-se cada vez mais conflitante no manejo do cotidiano da casa e na convivência com outras pessoas. Fica claro que Georgio não se satisfaz com uma mulher só e tem um temperamento bipolar. O mais difícil de compreender é porque uma mulher independente como Tony aguenta tantos desaforos deste homem, com quem tem um filho.
 
A voz da razão – que era representada por seu irmão (Louis Garrel) – torna-se mais audível numa fase em que Tony, separada de Georgio, sofre um acidente de esqui e deve submeter-se a um longo período de recuperação por conta da lesão sofrida. No cinema um tanto maniqueísta desta diretora – um dos nomes mais supervalorizados do cinema francês e de Cannes, em que venceu um Prêmio do Júri pelo irregular Polissia (2011) –, este ferimento físico é a metáfora do amor-próprio ferido de Tony, envolvida numa tarefa de auto-recuperação e no longo flashback que sustenta o filme.
 
Não que Meu Rei invista, no entanto, numa jornada de superação. O que mais parece preocupar Maïwenn é afirmar e reafirmar a contradição em si de um amor tão tóxico, vivido por uma mulher que, em tese, poderia livrar-se das situações que ele produz. Assim, torna-se um filme reiterativo e sem maiores voos, apesar do empenho visível de seus intérpretes.
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