Logo nas cenas iniciais, o espectador encontra o atrapalhado guarda imperial chinês como xerife da apaziguada Carson City. Ao receber péssimas notícias de casa, Chon Wang deixa a pacata cidade para tentar encontrar o assassino de seu venerável pai, que fugiu de Xangai para Londres. Obviamente, ele precisa de dinheiro para a viagem. Parte para Nova York à procura de seu parceiro Roy O´Bannon, que ficou com a recompensa [pela captura dos bandidos do Velho Oeste, do filme anterior] e a incumbência de fazer aplicações no mercado financeiro. Desnecessário dizer que o dinheiro já não mais existe.
Com imaginação, conseguem embarcar num navio rumo à Inglaterra. Muita ação e confusão os aguarda. O assassino do pai do aloprado chinês é o irmão ilegítimo do imperador da China, que quer tomar o poder. O vilão associa-se a um lorde inglês, pretendente também ao trono do império britânico, o famoso império onde o sol nunca se punha. Mas o acordo entre eles será combatido pela dupla de heróis, com a ajuda de Lin - irmã caçula de Chon -, um garoto de rua espertíssimo e um metódico policial da Scotland Yard. Durante a empreitada, vários símbolos da cultura inglesa serão esculhambados.
Os malabarismos de Chon e a língua afiada de Roy são instrumentos perfeitos para abalar os alicerces da sociedade vitoriana inglesa. Nesta seqüência, que teve a mesma bilheteria nos EUA que o primeiro filme, Jackie Chan coloca sua habilidade acrobática em cenas de ação que remetem a platéia a clássicos do cinema. Ao enfrentar ladrões nas ruas londrinas com um guarda-chuva, ele recria a famosa cena de Gene Kelly em Cantando na Chuva (1952). Em outra tomada, Chan e Owen Wilson revivem uma das cenas mais famosas do cinema mudo - ficam, perigosamente, pendurados no ponteiro do Big Ben, assim como Harold Lloyd em O Homem Mosca (1923). Além destes poucos momentos de inspiração, Bater ou Correr em Londres não traz nada de novo para os fãs de Jackie Chan.
Cineweb-21/3/2003