Em tempos sombrios, onde a informação e a contra-informação são as principais armas nos subterrâneos do poder, os serviços de inteligência ganham papel de destaque. É o que acontece neste thriller do diretor Roger Donaldson com elenco encabeçado por Al Pacino e Colin Farrell (o assassino de aluguel de Demolidor - Um Homem sem Medo). A trama começa com o recrutamento de novos agentes para a CIA.
Como em seus filmes anteriores, Sem Saída e Treze Dias Que Abalaram o Mundo, Donaldson procura desvendar o outro lado do poder, com vários níveis abaixo de uma escala já não tão alta do premiado, e nunca totalmente convincente, diretor Oliver Stone. Nem mesmo a presença do sempre competente Pacino salva este filme do quase desastre total.
James Clayton (Farrell) é filho de um funcionário de uma grande multinacional, que morreu misteriosamente durante uma viagem de negócios ao Peru. Recém-formado, entre os novatos mais inteligentes do país, é exatamente o tipo de pessoa que interessa à CIA. O recrutador de agentes, Walter Burke (Pacino), faz a abordagem para levá-lo à agência, usando todos os argumentos possíveis para convencê-lo de que nasceu para este trabalho. Com anos de experiência, Burke assume um ar paternal para estabelecer uma relação de confiança com o órfão James. Ao chegar ao centro de treinamento, chamado de A Fazenda, James conhecerá dois outros jovens recrutas, Layla e Zack, com os quais manterá relações conflituosas durante o processo de aprendizagem.
Com a utilização de velhas máximas da CIA como "não confie em ninguém" e "nada é o que parece", este thriller é mais um daqueles produtos hollywoodianos carregados de boas intenções que nunca se concretizam. A condução da narrativa é bastante previsível e as reviravoltas na trama não surpreendem ninguém. O roteiro tem tantos clichês que é de se perguntar o que um ator do quilate de Pacino faz naquele set.
Cineweb-4/4/2003