17/04/2025
Comédia

O Pequeno Stuart Little 2

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Livre do fardo de apresentar os personagens da saga, esta segunda aventura do ratinho mais adorável que a computação digital conseguiu produzir é bem mais divertida do que o primeiro capítulo.

A história pega Stuart num momento de adolescência, por assim dizer, já que ele continua do mesmo tamanhinho de sempre. Mas já se tornou um rapazinho autorizado mesmo pela mãe superprotetora (Geena Davis) a ir para a escola em seu próprio carro, um conversível vermelho que deixaria sideradas as garotas, caso este motorista fosse mais encorpado. Ele se ressente, claro, desta diferença que, no final, é de espécie. Stuart é o único rato falante de seu mundo e, no final das contas, é isto que o torna parecido a todo e qualquer adolescente do mundo, ou seja, ele se sente tão deslocado quanto cada um deles.

Sua sorte vai mudar no dia em que cai do céu, literalmente, uma garota. Trata-se de Margalo, uma avezinha em apuros por causa de um malvado falcão. Ferida, ela é acolhida na casa da família Little e torna-se logo a paixão de Stuart. O ratinho tem cenas ótimas neste romance, como quando assiste, ao lado de Margalo, ao filme Um Corpo que Cai, de Alfred Hitchcock, na televisão, os dois dentro de seu carro como se estivessem namorando num drive-in.

Há uma mensagem oculta no filme de Hitchcock que devia funcionar para alertar Stuart. Afinal, nesse trabalho do mestre do suspense, a heroína vivida por Kim Novack não era bem a pessoa que parecia. Nem Margalo. A avezinha está por trás de um golpe, engendrado pelo falcão, que visa apoderar-se de um anel de brilhantes da senhora Little. Stuart vai conhecer a primeira decepção amorosa mas, como é um rapazinho valente, não vai dar-se por vencido.

Outra boa novidade nesta segunda parte está na redenção moral do gato da família, Snowbell, que deixa de ser malvado e tinhoso contra o ratinho e é chantageado por ele para viver uma grande aventura fora das paredes protegidas da casa dos Little - na grande luta contra o falcão. Agora, duas espécies incompatíveis como gato e rato mostram-se capazes de cooperar. Grande toque. E os gatófilos de plantão, que sempre têm muito do que reclamar da maneira perversa como os felinos em geral são retratados no cinema, podem abaixar a guarda.

Cineweb-6/12/2002

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