Jackie Chan vestiu O Terno de Dois Bilhões de Doláres e, no bolso, colocou os 15 milhões faturados pelo filme já no primeiro final de semana de estréia nos Estados Unidos. Desta vez, o ator empresta suas acrobacias a um imprudente taxista cuja habilidade ao volante lhe vale o emprego de motorista particular do milionário agente secreto Clark Devlin (Jason Isaacs).
De motorista a condutor de terno. Durante um passeio rotineiro, Devlin sofre um atentando a bomba e acaba hospitalizado. Quem assume a identidade do agente é Tong, James Tong (Chan). Identidade não é a palavra. É o terno que confere a seu usuário habilidades inacreditáveis que vão de desenvoltos passos de tango ao isqueiro de prontidão sempre que alguém empunha um cigarro.
A missão do terno, ou melhor, de Tong, é investigar um assassinato cujo suspeito é Dietrich Banning (Ritchie Coster), dono de um das maiores engarrafadoras de água. O empresário planeja envenenar as fontes mundiais do produto para liderar sozinho o mercado. Para detê-lo, Tong conta com a ajuda da certinha agente e especialista em água Del Blaine (Jennifer Love Hewitt).
Tong não faz idéia de quantos socos e ponta-pés terá de distribuir para sair dessa história. No entanto, seu maior problema é conquistar a recepcionista de uma galeria de arte. Mas a timidez do ex-taxista-agora-agente-secreto o impede de pronunciar uma só sílada quando está diante da moça. Se a primeira impressão é a que fica, Tong está perdido.
A exemplo de outras comédias de Chan, O Terno de Dois Bilhões de Dólares extrai suas piadas das trapalhadas do ator, cujo talento é demonstrado nas caretas de espanto ao se deparar com a vida própria que seus pés e mãos assumem sob controle do terno. A surpresa fica por conta da rápida aparição de James Brown, representando o próprio papel. Ele se prepara para um show e acaba nocauteado por Tong, ou melhor, pelo terno. O detetive assume o lugar do cantor no palco e leva o público ao delírio com a interpretação de Sex Machine. Se a moda pega, grifes como Armani encontrarão um novo mercado - o fonográfico. O lucro talvez vale-se o investimento.
Cineweb-13/12/2002
