25/04/2025
Infantil

O colar de Coralina

Anna é uma criança na Goiás Velho do final do século XIX que gosta de brincar com as amigas, e, como toda a família, admira uma louça chinesa que está com eles há anos. Um episódio envolvendo esse prato servirá de inspiração para que, décadas depois, quando adotou o nome de Cora Coralina, escreva um poema.

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O filme infantil O colar de Coralina parte do poema O prato azul-pombinho, de Cora Coralina, para imaginar a história contada nos versos e um episódio da vida da poeta. A porcelana do título é uma peça chinesa na qual, segundo o poema, está a história de uma princesinha chinesa e seu namorado, conforme contada pela avó da protagonista no filme.
 
A maior parte do longa, dirigido por Reginaldo Gontijo, se passa no final do século XIX na Cidade de Goiás Velho, onde a pequena Anna (Rebeca Vasconcelos) – nome de batismo da poeta – vive com a mãe (Letícia Sabatella), avó (Magna Mendes), entre outros, num antigo casarão. A família vive dias difíceis desde a morte do patriarca, mas mais difícil para a garota é passar da casa 3 do jogo de amarelinha.
 
Indo e vindo no tempo, o longa também traz a protagonista – agora com o nome de escritora de Cora Coralina, e interpretada por Maria Coeli – já idosa, ganhando a vida vendendo doces caseiros e contando a história do prato azul-pombinho para um par de amigas em forma de poema.
 
O prato é o que guia a narrativa aqui, e por meio de sua existência, o filme coloca em cena relações de classe, raça (boa parte do filme se passa logo após a abolição da escravatura, e uma ex-escrava ainda vive com a família) e da arte com a realidade. Tudo é narrado pelo ponto de vista da pequena Anna, que pouco conhece sobre o mundo mas sonha muito – algumas de suas fantasias ganham vida. Essa ingenuidade contamina todo o filme, tornando-o excessivamente cândido, tanto na forma quanto no conteúdo. 
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