Maya é uma esforçada sub-gerente de supermercado em Queens, que vê rejeitada sua esperança de promoção. Sem que ela saiba, o enteado de sua melhor amiga, um nerd, fez um perfil falso e super-dimensionado dela no Facebook e a colocou na mira de caçadores de talentos executivos. Um dia, ela recebe um convite de uma grande empresa e tem que encarar a mentira e um grande desafio.
- Por Neusa Barbosa
- 23/01/2019
- Tempo de leitura 2 minutos
Que fique claro desde o começo: Jennifer Lopez é linda e adorável. Por isso mesmo, é difícil vê-la, mais uma vez, embarcar numa comédia abaixo de suas possibilidades e com um roteiro abarrotado de clichês e absurdos. E o que é pior: Jennifer produziu o filme, o que significa que aprovou o roteiro, assinado por Justin Zackham e Elaine Goldsmith-Thomas. Se é que algumas das ideias não foram dela mesma.
Ela assume o papel da protagonista, Maya, uma sub-gerente de supermercado em Queens, Nova York, há 15 anos, sonhando com uma promoção. Ao mesmo tempo, vive um romance bem-sucedido com Trey (Milo Ventimiglia), técnico esportivo assistente. Na hora H, ela perde a promoção para um executivo que, ao contrário dela, tem um diploma universitário. Ela se amargura mas entra em funcionamento uma engrenagem um tanto maluca, envolvendo o enteado de sua melhor amiga, Joan (Leah Remini, a melhor coisa do filme, já que a ela pertencem praticamente todos os momentos de humor genuíno).
Resumo da ópera: o garoto, um nerd, criou um perfil falso e super-vitaminado para Maya no Facebook – que não tinha um – e a coloca na mira dos caçadores de talentos do mundo executivo, creditando-lhe um diploma em Harvard e inúmeras experiências e habilidades. Ela acaba recebendo um convite para uma entrevista numa grande empresa e só aí descobre tudo que o rapazinho e sua amiga armaram.
Muito naturalmente, Maya fica com medo de que a mentirada não cole mas, mesmo assim, decide ir em frente. Comparece à entrevista e – nenhuma surpresa – acaba conseguindo um emprego dos sonhos. Vai ser consultora de um grande projeto para desenvolvimento de uma nova linha de cosméticos, tendo à disposição um apartamento de luxo mobiliado, com direito a geladeira cheia, e uma coleção de cartões corporativos. O namorado, no entanto, cai fora, porque fica decepcionado, ele que acreditava que era hora de constituírem uma família – embora a idade madura de ambos não pareça muito coerente com o projeto dele de ter filhos.
Lançada esta fantasia corporativa, que tem seus momentos divertidos também por conta de assistentes de Maya, como Ariana (Charlyne Yi), corre em paralelo um verdadeiro novelão, prestes a vir à tona. Quando tinha 17 anos, Maya abriu mão da filha bebê, que foi dada em adoção. Quem duvida de que os caminhos das duas vão se cruzar novamente, por conta das mais improváveis coincidências?
Enfim, ninguém dirá que o filme é horrível, por conta da simpatia de Jennifer, bonitona e vistosa num figurino um tanto over. Mas é difícil não achar ridículas tantas coincidências e soluções mágicas, mesmo em se tratando de uma comédia. Mas, enfim, pode haver quem goste. Jennifer tem seus fãs.