O diretor, roteirista e ator ucraniano Sergey Bondarchuk é conhecido por sua adaptação monumental de Guerra e Paz, que, com mais de 7 horas, faz justiça ao romance de Tolstói. Em Boris Godunov, o cineasta parte de uma obra mais concisa, a peça homônima de Alexander Pushkin, sobre um czar que governou a Rússia na virada do século XVI para XVII. O resultado, no entanto, não é mais, digamos, contido em sua encenação.
Esse foi seu último trabalho como diretor de cinema – depois faria apenas uma série que foi concluída e exibida postumamente –, e aqui está sua marca registrada, como o apreço por detalhes, a criação de personagens fortes e a investigação da história interferindo nos destinos individuais.
Godunov (interpretado pelo próprio Bondarchuk) sobe ao poder com a morte de Ivan, o Terrível, tornando-se regente.e, Mais tarde, assume o trono, apesar dos rumores de ter envenenado o herdeiro legítimo, Dimitry. Tempos depois, surge um suposto herdeiro do trono que irá liderar uma revolta.
Boris Godunov é um filme irregular – embora parta de um texto clássico e excelente – que ganha com sua fotografia, assinada por Vadim Yusov, e sua trama centrada na investigação das dinâmicas pessoais de poder que interferem no destino de toda uma nação, ou seja, uma temática que nunca sai de moda.
