Em cópia recentemente restaurada, este é um dos filmes mais belos do diretor François Truffaut, que sabia como ninguém domar assuntos difíceis sem perder a delicadeza nem deixar de contemplar todos os lados – como aqui, onde aborda um triângulo amoroso entre Catherine (Jeanne) e dois amigos, Jules (Werner) e Jim (Serre).
Talvez o clima especial do filme decorra da paixão vivida naquele momento entre o diretor e a atriz na vida real. Uma das maiores provas da sensibilidade de Truffaut está na cena em que Jeanne interpreta a canção Le Tourbillon de la Vie – ela havia errado duas estrofes da letra, mas foi essa a tomada mantida pelo diretor, que a considerou a mais natural.