18/04/2025
Fantasia Drama

Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos

David, Peter e Alice são os três filhos da família Littleton, um pequeno clã multiétnico formado também pelos pais Rose e Jack, um artesão. Dando asas à sua imaginação, as crianças vivem felizes. Até que um dia uma tragédia muda seu destino e impõe novos rumos.

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Vencedora do Oscar de animação por Valente (2013), a diretora Brenda Chapman entra no mundo live action através desta fantasia em que a roteirista Marissa Kate Goodhill pretendeu imaginar as origens de Peter Pan e Alice no País das Maravilhas
 
No filme, Alice (Keira Chansa) e Peter (Jordan A. Nash) são irmãos, membros da família Littleton, um feliz clã multiétnico na Inglaterra do século XIX. Seus pais são o artesão Jack (David Oyelowo) e a mulher, Rose (Angelina Jolie), que deixou para trás uma família rica e esnobe para cuidar do marido e dos filhos, aí incluído o primogênito, David (Reece Yates). 
 
As referências a Peter Pan entram por meio das brincadeiras de David e Peter, que transformam um bote abandonado num substituto da caravela do pirata-capitão Gancho. Alice, por sua vez, tem um coelho, só que de pelúcia e brinca com suas xícaras de chá em festinhas imaginárias.
 
Há mais de Charles Dickens do que de J.M. Barrie e Lewis Carroll, no entanto, no decorrer desta história infantil, que não se decide bem entre o realismo e a fantasia, mas aposta mais no primeiro como motor da segunda. O fato é que uma tragédia familiar abala o idílio em que vivia a família Littleton, lançando Alice e Peter numa arriscada viagem secreta, para ajudar o pai endividado, a Londres, em cujas ruas são muitos os Meninos Perdidos dickensianos.
 
As vicissitudes das duas crianças, finalmente, é que os lançam em busca das fantasias que alimentam as histórias de Peter Pan e Alice, no enredo que reforça, de maneira um tanto insistente, o quanto adultos perdem o contato com a própria fantasia ao longo do tempo.
 
De todo modo, é interessante contar com uma família multiétnica ao centro e abordar o preconceito de classe, traduzido especialmente nas intervenções de Eleanor (Anna Chancellor), a irmã de Rose, que vive tentando comandar a educação dos sobrinhos.
 
Em todo caso, falta um pouco mais de ousadia na fantasia de uma história que pretenda incendiar a imaginação de crianças e enternecer adultos - por mais que se trate de um elenco qualificado e a direção de arte (de Fabrice Spelta) faça o seu melhor para a criação de ambientes e cenários genuinamente atraentes. 
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