Se os filmes de personagens da DC costumam ser bem mais sérios (e se levarem a sério) do que os da Marvel, DC, Liga dos Super Pets mostra que ainda há humor na marca. Deixando de lado o tom sisudo, com um colorido vibrante e personagens fofinhos, o longa dialoga tanto com o público infantil quanto com o adulto, com um humor ora ingênuo, ora ácido – especialmente quando fala de super-heróis.
Aqui tudo começa recontando a história de Super-Homem, enviado para a Terra ainda bebê, quando seu planeta está prestes a ruir. Junto dele, na pequena nave, vem seu cachorrinho, Krypto. Algumas décadas depois, ele já se tornou super-herói e conta com o apoio do animal, que também tem super-poderes, além de ser um tanto arrogante e exibido.
Tudo vai muito bem para o cão, até que seu dono, na identidade secreta de Clark Kent, planeja se casar com Lois Lane – o que fará com que Krypto perca o seu posto dentro de casa e suas regalias com o dono. Sem qualquer pudor, o longa dirigido por Jared Stern (Lego Batman: O filme) mergulha na melancolia de seu protagonista canino, até que a aventura bate na porta.
Ou melhor, a super-vilã: uma porquinha-da-Índia sem pelos, comumente confundida com um hamster, chamada Lulu, que foi cobaia de Lex Lutor, a quem ela tem como mestre e amor platônico. Ela consegue uma kriptonita laranja que lhe dá super-poderes, além de usar o tipo comum, a verde, para neutralizar Super-Homem e seu cão.
Porém, quando ela é atingida pela kriptonita laranja, seus colegas de abrigo também o são, adquirindo igualmente poderes especiais. Eles são Ace, um buldogue que se torna imortal; a porquinha PB, que pode mudar de tamanho conforme quiser; o esquilo Chip, que consegue lançar raios elétricos; e a tartaruga Mirtes, que se torna rapidíssima.
Não é surpresa que quando a Liga da Justiça acaba toda capturada por Lulu, esses animais entram em ação ao lado de Krypto, agora sem poderes, mas ainda inteligente, para salvar os heróis e o mundo. O roteiro, assinado pelo diretor e John Whittington, segue os caminhos óbvios dos filmes infantis – com lições sobre a amizade, a aceitação e compreensão, mas também sabe que, entre uma coisa e outra, é possível colocar uma piada ou um comentário irônico, especialmente numa metalinguagem sobre filmes de heróis.