24/04/2025
Drama Comédia

De volta à Borgonha

Anos depois de abandonar a família, em Borgonha, Jean volta para a casa, pois seu pai está doente. Quando este morre, ele, sua irmã e seu irmão herdam uma vinícola repleta de dívidas, e resolverão que fazer com a propriedade familiar.

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Conhecido por seus filmes cheios de energia sobre uma juventude urbana, como Albergue Espanhol e Bonecas Russas, o francês Cédric Klaplish parece errar o alvo em De volta à Borgonha, um drama convencional que parte de uma história pouco original sobre um trio de irmãos que precisa resolver o que fazer com a vinícola deixada pelo pai.
 
O filme começa com a volta de Jean (Pio Marmaï), o irmão mais velho que retorna à casa da família depois de 10 anos rodando o mundo, até se estabelecer na Austrália, onde montou sua própria vinícola e teve um filho. O pai (Eric Caravaca, nos vários flashbacks) está morrendo, deixando aos filhos e filha uma vinícola repleta de dívidas.
 
A filha do meio, Juliette (Ana Girardot), sem muita experiência, acaba assumindo o cuidado da propriedade, quando o pai é internado no hospital, enquanto o caçula, Jérèmie (Francois Civil), é casado com a herdeira de uma das vinícolas mais rentáveis da região, cujo modo de produção é muito mais industrializado do que a da sua família.
 
A volta de Jean traz alguns elementos do passado, que pareciam superados, mas a morte do pai causa ainda mais problemas. Para receberem a herança, o trio precisa pagar uma taxa de 500 mil euros, e para a qual só conseguirão o dinheiro se venderem a vinícola por 6 milhões de euros, um paradoxo que os deixa, ao mesmo tempo sedentos pelo dinheiro da venda, mas também com sentimento de culpa por abrir mão de maneira tão rápida e fácil da propriedade que o pai amava tanto.
 
Klapisch, que assina o roteiro com Santiago Amigorena, está pouco interessado nesse tipo de burocracia, preferindo os conflitos emocionais entre os irmãos e também em relação àqueles que os cercam, como o sogro de Jeremie (Jean-Marie Winling), interessado em comprar a propriedade para transformá-la em mais uma vinícola fast-food, como tantas outras que ele tem.
 
De volta à Borgonha, no entanto, não tem notas emocionais marcantes para ser relembrado, nem personagens memoráveis. É apenas um filme de uma safra fraca e sem força, esperando que a seguinte renda algo de maior impacto.
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