A comédia romântica Ingresso para o paraíso joga todo o peso de sua frágil existência no carisma e química entre George Clooney e Julia Roberts, o que se revela um fardo árduo demais para a dupla, sob direção de Ol Parker (Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo). Eles interpretam David e Georgia que, no passaram foram casados, mas, agora, se odeiam, e precisam unir forças para evitar que sua filha, Lily (Kaitlyn Dever), de 20 e poucos, se case com um rapaz que acabou de conhecer em Bali.
O cenário exótico, povoado de americanos brancos e sorridentes, cujas vidas sem problemas e com excesso de dinheiro permita que viagem de imediato, é o ponto alto do filme que não tem graça como comédia, nem emoção como romance, uma vez que seu final já é visto antes mesmo que David e Georgia embarquem para Bali.
Lily acabou de se formar em direito, e viaja com sua melhor amiga Wren (Billie Lourd), numa personagem que deveria supostamente roubar a cena com suas tiradas cômicas, mas é apenas chata mesmo. Em Bali, a jovem conhece Gede (Maxime Bouttier), um rapaz local cuja família vive da tradição de plantar algas orgânicas e exportar para o mundo. Logo ela está apaixonada e o casamento marcado, e da ilha indonésia ela não pretende sair.
David, um advogado poderoso, e Georgia, dona de galeria de arte, voam até lá, fingindo dar apoio à filha, mas, na verdade, querem sabotar a cerimônia. O roteiro de Parker e Daniel Pipski não é capaz de tirar proveito da situação de estranhamento dos americanos refinados na ilha com sua paisagem bela e selvagem. E embora o longa, nos diálogos, ressalte a beleza de Bali, foi filmado na Austrália.
Há uma boa vontade e mostrar as tradições de casamento da família de Gede, do povo balinês, mas tudo é transformado em algo tão exótico a ponto de ser ridículo, e o filme caminha na linha tênue entre a homenagem e a zombaria. Clooney e Roberts estão o no piloto automático abrindo seus sorrisos que valem milhões, mas sem um pingo da verve e do empenho de filmes que lhes renderam prêmios e merecidos elogios.