17/04/2025
Drama Comédia

A última festa

Nina, Marina, Bianca e Nathan são inseparáveis desde a infância. Na festa luxuosa que marca o fim do ensino médio, vários problemas vêm à tona, e esperam resolver tudo para entrar numa nova fase da vida.

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A comédia romântica juvenil A última festa, escrita e dirigida por Matheus Souza, parece passar-se num universo paralelo, com alta influência das festas de formatura dos filmes norte-americanos. Filmado em locações luxuosas em Portugal (Marqueses da Fronteira, Antigo Museu dos Coches, Palácio Xabregas – todos servindo como um único cenário), o longa tem como protagonistas um grupo de jovens que termina o ensino médio e tem dúvidas do que fazer dali para frente.
 
Não são personagens (nem atuações, que sejam) particularmente memoráveis, apenas um grupo de pessoas perdidas num limbo entre a adolescência e a vida adulta que, durante uma noite, acredita que resolverá todos seus problemas. Problemas esses mais típicos de uma bolha de classe média alta do que dos jovens brasileiros e brasileiras em geral.
 
Nina (Marina Moschen), a protagonista, está em crise com o namorado e descobre que a irmã dele, Zelda (Muse Maya), está apaixonada por ela – e o sentimento pode ser recíproco. Marina (Giulia Gayoso) quer-porque-quer perder a virgindade durante a festa, e fica com o namorado (Richard Abelha) o tempo todo procurando um lugar reservado onde, digamos, resolver a questão. Bianca (Thalita Meneghim) dedicou-se aos estudos, ficou neurótica com o vestibular, e agora está sem rumo na vida. E, por fim, Nathan (Christian Malheiros), um jovem negro e gay, encontra em Leo (Victor Meyniel), um rapaz que só sofreu bullying, uma amizade inesperada.
 
Souza, em sua filmografia, conversou claramente com uma faixa demográfica: a juventude de classe média com seus problemas de escola particular, cursos de línguas e afins, baladinhas caras, pais que buscam de carrão e viagens para Disney ou outro lugar. Em A última festa não é diferente, e o filme acaba falando especificamente com esse grupo, que pode fazer uma formatura num museu luxuoso e vive com a cabeça girando em torno do próprio umbigo.
 
Assim sendo, não dá para esperar que o filme estabeleça uma conexão para além de seu público-alvo. Fora isso, as locações são lindas e, dentro do filme, evidenciam como esse é um mundinho de poucos, onde esses personagens podem habitar – e só eles e seus pares. 
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