Nutrindo-se dessa vivência pessoal da diretora, o roteiro, assinado por ela e Arnau Vilaró, permite à história ter uma organicidade natural, ainda que assinalando as fronteiras dramáticas de modo a retratar um coletivo. Cada um dos personagens, por menor que seja, tem uma função dentro do enredo, construindo uma obra coral, de imersão num ambiente que permite identificar o que está em risco, dentro da eterna tensão entre tradição e mudança.
Carla Simón, credencia-se, assim, a ocupar um espaço de maior importância no cinema mundial, entre as várias diretoras que têm despontado nos últimos anos, com uma obra singular, que tem uma assinatura, uma sensibilidade e uma potência.