15/02/2025
Drama

Desejo proibido

Maks, para ajudar a um amigo, seduz uma juíza que irá julgar um caso em que o rapaz está envolvido. O que o conquistador não sabe é que ela é mãe de uma jovem com que ele mesmo tem um relacionamento conturbado.

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Desejo proibido, novo filme do polonês Tomasz Mandes, não difere muito de sua trilogia de sucesso na Netflix, 365 dias, que ficou conhecida como o 50 tons de cinza polonês. Aqui, o tom é o mesmo, de porn chic pudico e conservador, embora tente se passar por moderninho e libertário – duas coisas que certamente não é.
 
Tecnicamente mal acabado e ideologicamente bem discutível, o longa parece um exercício sem qualquer elaboração sobre desejo e dominação sexual, com atuações pedestres e uma fotografia cafona. Sobre tudo isso, personagens que não fazem sentido. A protagonista é Olga (Magdalena Boczarska), uma juíza durona, mas solitária (ou por isso mesmo, solitária), que tem uma relação conturbada com sua filha Maja (Katarzyna Sawczuk), mal saída da adolescência.
 
Entre os casos que Olga julga está um envolvendo um jovem contraventor Kamil (Sebastian Fabijanski). O que ele fez, o filme nunca diz, mas ele tem um amigo, Maks (Simone Susinna), com quem quer viajar para o Brasil (!), assim que o julgamento acabar. Pensando em resolver as coisas, Maks pretende seduzir a juíza e conseguir a absolvição do amigo logo.
 
Surpresa, surpresa! A juíza é, aparentemente, super-corruptível e acaba caindo na conversa barata de Maks. Engata-se um romance tórrido, que vai muito bem até que descobrimos que o rapaz é namorado, por assim dizer, da filha dela. Por essa, ninguém esperava.
 
Numa fotografia excessivamente elaborada em tons de verde que a torna cafona, Desejo proibido é um filme sem pé nem cabeça, que fica se repetindo o tempo todo sem ter para onde ir. Seu tema folhetinesco (o novelista Manuel Carlos manda lembranças) poderia render algo, mas o diretor está tão preocupado com as cenas de sexo mal filmadas, que pouco liga para o desenvolvimento de personagens ou afins. Com infindáveis e inexplicáveis duas horas, o longa faz 50 tons de cinza parecer Bergman.
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