18/04/2025
Comédia

Meu pai é um perigo

Sebastian namora uma mulher de uma família muito rica, ao contrário da dele. Ele se prepara para a pedir em casamento, mas, antes disso, é preciso que seu pai, um imigrante italiano mão-de-vaca, conheça a família de sua amada.

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A boa notícia é que a nova comédia estrelada por Robert De Niro, Meu pai é um perigo, não é um desastre completo, como poderia parecer. Mas é bom não ir muito depressa, pois também não é tão boa assim. É apenas um pouco acima de coisas que ele fez no campo do humor, como Entrando numa fria ou Em guerra com o vovô.
 
O filme é inspirado na história e no pai do ator e comediante Sebastian Maniscalco, que faz uma versão de si mesmo. De Niro é Salvo, viúvo imigrante siciliano que se instalou nos EUA, e fez a vida como um cabeleireiro num bairro periférico em Chicago. Sebastian, o personagem, trabalha num hotel e adora seu pai, apesar das manias improváveis dele.
 
Acontece que Sebastian quer se casar com Ellie Collins (Leslie Bibb), uma aspirante a artista plástica de uma família influente e podre de rica, que ainda não conhece Salvo, e vice-versa. Um final de semana prolongado do 4 de Julho é a desculpa perfeita para esse encontro – embora Sebastian preferisse que nunca acontecesse. O pai da jovem, Bill (David Rasche), é um esnobe que finge não se importar com dinheiro; a mãe, Tigger (Kim Cattrall, excelente no filme) é uma comentarista política de televisão que, discretamente, é contra imigrantes; o irmão mais velho (Anders Holm), um mauricinho inconsequente; e o caçula (Brett Dier), um hippie socialista que passa o tempo fazendo música em tigelas ou meditando.
 
O filme dirigido por Laura Terruso tenta se apoiar numa espécie de humor emotivo e no embate de classes quando os Maniscalco visitam a mansão dos Collins num clube de campo. Há as piadas do peixe fora d’água, com Salvo se impressionando e satirizando esse mundo dos ricos, assim como os foras que ele dá com suas manias de gastar pouco. O filme, nesse sentido, se salva com De Niro encarnando uma versão doce do velho rabugento que ele sabe fazer muito bem.
 
Mais para além disso, Meu pai é um perigo não tem muito a dizer, afinal, não é um filme que queira rir desse universo fútil dos podres de ricos. Pelo contrário, assim como Sebastian, está encantado com isso e quer fazer parte desse círculo. Isso faz sentido, afinal, foi escrito por Maniscalco e conta sua história. Mas, para efeito de humor, poderia ser bem mais ácido e, consequentemente, engraçado.
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