O tema, de fato, é bem caro aos americanos. Afinal, no intervalo dos jogos importantes sempre há uma banda marcial para alegrar os torcedores. São mais de 300 músicos munidos dos mais variados instrumentos de percussão e sopro, em plena sincronia rítmica e coreográfica. Um belo e tradicional espetáculo para quem vai aos estádios desse país. E só.
No entanto, tentar enquadrar esse tipo de temática nos cinemas tupiniquins, como qualquer outro país que não possua essa prática, pode ser uma jogada perigosa e onerosa. Como despertar curiosidade por um assunto tão árido aos espectadores fora do território dos EUA? Talvez isso explique porque o lançamento do filme no Brasil tenha sido adiado tantas vezes por sua distribuidora.
Mesmo assim, há alguns pontos fortes na história que podem animar qualquer um. As apresentações, principalmente os solos de percussão não devem nada aos shows nacionais soteropolitanos, com excepcional swingue e criatividade. Ainda mais porque a trilha sonora do filme bebe no Hip Hop e nos clássicos R&Bs dos anos 60, 70 e 80.
Aquém das qualidades musicais da produção estão as performances bastante medianas do elenco. Protagonizado por atores pouco conhecidos e sem muito carisma, nesse quesito o filme não chama a atenção. Mesmo a estrela do filme, o jovem ator Nick Cannon (mais conhecido como apresentador do canal infantil Nickelodeon), em sua estréia na telona peca pela inconsistência de seu personagem.
De fato, o diretor Charles Stone III faz o que mais sabe: videoclipes. O que sobra para o espectador de Ritmo Total é muito pouco, já que não encontra uma profundidade dramática para mergulhar. Fica a dúvida se este filme deveria ser exportado.
Cineweb-27/7/2003