No entanto, ninguém parece ter aprendido menos com esses exemplos do que o diretor Andy Tennant, responsável por filmes como Doce Lar (2002) e Anna e o Rei (99). O curioso, entretanto, é que mesmo sendo um dos diretores mais fracos do momento, consegue sempre um elenco estelar para protagonizar suas produções, que carecem de originalidade e caem sempre em lugares comuns - como o de costume nas comédias românticas americanas.
Desta vez, Tennant aposta no carisma do versátil Will Smith para levar o Hitch - Conselheiro Amoroso. Como o nome já diz, trata-se de um profissional que ajuda homens desesperados a conquistar suas amadas. Homens feios, inseguros, tímidos e atrapalhados buscam os serviços de Alex Hitchens, que sabe tudo o que uma mulher precisa ouvir para ficar apaixonada.
O sucesso da profissão de Hitch começa a enfrentar problemas quando aceita Albert (Kevin James) como seu cliente. Sem qualquer charme, beleza ou carisma, o contador quer conquistar a bela e rica Allegra Cole, uma celebridade de Nova York. O fato é que em seu encalço está a jornalista de fofocas Sara (Eva Mendes), que não apenas será o inconquistável par romântico de Hitch, como também um problema para Albert.
Embora o resultado final deste filme seja previsível e abaixo da média, seria injusto não dizer que seus primeiros 30 minutos sejam hilariantes. Em uma espécie de Como Perder um Homem em 10 Dias às avessas, o elenco se delicia com os ágeis diálogos e excelente humor. No entanto, parece que as boas idéias do roteirista Kevin Bisch ficaram nas primeiras páginas do roteiro e decidiu terminar tudo como pôde. Como Tennant não ajuda, a qualidade da produção desaba.
Sem o mínimo apoio, Will Smith não consegue levar o filme nas costas, até porque Eva Mendes, por mais bonita que seja, não tem muita competência dramática para ajudar o ator. Os demais, meros figurantes desta história de amor, têm muito pouco a oferecer. Resta ao espectador um trilha sonora honesta com os clássicos da Black Music. E, infelizmente, é só.