21/03/2025
Comédia

A casa da mãe Joana 2

Os três malandros do primeiro Casa da Mãe Joana estão de volta, e dessa vez são assombrados pela cabeça-fantasma de Maria Antonieta e de seu serviçal. Além disso, uma dupla de herdeiras persegue um dos protagonistas para poder receber a herança de sua mãe que foi roubada por ele, pouco antes de morrer.

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Chega a ser comovente a ingenuidade de A Casa da Mãe Joana 2, novo filme de Hugo Carvana, cuja filmografia como diretor sempre privilegiou o bom malandro brasileiro. Desde sua estreia atrás das câmeras, com Vai trabalhar vagabundo, e lá se vão exatas 4 décadas. Nesse tempo, não apenas o cinema, como o Brasil mudou, e talvez isso esteja refletido nesse longa que Carvana lança agora.
 
A picardia, aqui, é menos engraçada, é ingênua, na verdade. Com momentos de humor que beiram aquele praticado em A Praça é nossa, - um personagem, por exemplo, se chama Thomas de Brusso - o longa, que tem roteiro assinado por Paulo Halm, carece de um roteiro mais trabalhado, e da presença de um comediante mais jovem, com um tipo de humor que seja mais divertido nos dias de hoje – um Fabio Porchat, por exemplo, teria algo a acrescentar aqui.
 
Como no primeiro filme (2008), um trio de amigos tenta se dar bem na vida aplicando pequenos golpes. Montanha (Antonio Pedro) ficou rico escrevendo um livro sobre as desventuras do trio. Juca (José Wilker) foi preso no Oriente Médio e condenado à morte. PH (Paulo Betti) continua seduzindo viúvas ricaças e tirando proveito da situação. É ele, afinal, quem vai desencadear a trama.
 
Depois de passar a noite com Madame Pedregal (Carmem Verônica), ele rouba um anel caríssimo. Ela acaba morrendo, mas antes disso diz às filhas, Tereza (Lucia Bronstein) e Laurinha (Leona Cavalli), que instruiu seu advogado a deixar sua herança apenas àquela que conseguir capar o homem que a enganou.
 
Além disso, numa reunião espírita, um grupo de médiuns fajutos conseguem evocar o espirito de Zazzie (Caike Luna), francês que cuidava de Maria Antonieta (Fabiana Karla) antes de ela ser decapitada. O fantasma acaba se apaixonando Juca, e a cabeça da Rainha, numa bandeja, não para de dar palpites.
 
A Casa da Mãe Joana 2 chega tão rápido em seu clímax que parece que ainda há mais história para se contar – não que, no fundo, faça alguma falta, pois a reta final é tão sem graça quanto o restante do filme. E o final, metalinguístico, não faz lá muito sentido.
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