Além dos Vingadores (Thor, Homem de Ferro e Capitão América com suas sequências isoladas), na mesma gravidade orbitam Guardiões da Galáxia (2014) Homem-Formiga (estreia em junho), e as séries Agents of S.H.I.E.L.D.PAgent Carter (ambas do canal Sony), além do novíssimo Demolidor (Netflix). Todas estas produções se complementam mas não deixam de fazer sucesso por si.
Difícil, portanto, a arquitetura que coloca esta sequência de Vingadores no centro desse mundo, que mais tarde poderia até incluir os X-Men e o Homem-Aranha. Isto só não ocorreu ainda (já que existe na origem, os HQs) porque, além da Disney, os direitos sobre heróis e vilões da Marvel estão distribuídos entre os grandes estúdios, como Sony e Fox. ro
Nesse contexto, é fácil entender porque escolher como vilão Ultron, robô superinteligente e superpoderoso para a segunda parte. Embora sua origem tenha variações nos quadrinhos, trata-se de um inimigo interno. Explica-se: na versão de Joss Whedon, diretor e roteirista de Vingadores, ele é um androide (James Spader) criado pelo Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) e Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo) como arma para a paz mundial.
Trazer um alienígena, como Thanos (que aparece ao final dos créditos deste e do primeiro filme), bagunçaria todo os demais produtos na TV, que devem correr para acompanhar o progresso dos cinemas. Ultron portanto, que se volta contra os heróis e toda a humanidade, é um mal menor, facilmente explicável na esteira de spin-offs.
Mas isso não quer dizer que este vilão seja menos perigoso. Depois de praticamente arrasar com o grupo, composto também pelo Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) e Viúva Negra (Scarlett Johansson), Ultron encabeça um plano para destruir a Terra. Será nesse conflito que aparecerão o Mercúrio (Aaron Taylor-Johnson), a Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e o Visão (Paul Bettany), como reticentes colaboradores.
Como é caro às produções da Marvel, todos os personagens são bem-humorados, usando-se o tom de comédia para assimilar a dureza dos conflitos, a grandiosidade dos efeitos especiais e, claro, a concepção visual superpop. Tudo em excesso, aliás, nas mais de duas horas de duração. Aqui, encontra-se o que há de melhor em termos de produção para um público ávido de filmes de ação, para quem cinema é lugar de entretenimento, e só.