Aqui, ele volta aos relacionamentos familiares, ao contar uma história de Ryota (Abe Hiroshi), um escritor celebrado por um best-seller que escreveu há mais de uma década e que vive, agora, de bicos como detetive particular chicaneiro. Endividado e enrolador, não paga pensão alimentícia ao filho, que vê perder, aos poucos, para a ex-mulher Kyoko (Yôko Maki) e seu novo namorado.
Quando jovem, Ryota escreveu um livro de relativo sucesso mas, desde então, sofreu um bloqueio e não conseguiu passar ao segundo. Enquanto isso, seu casamento desabou e ele teme perder o filho para o novo namorado da ex-. Num dia em que se anuncia um tufão, Ryota, sua mãe, a ex e o filho ficam ilhados no apartamento da velha senhora, que sonha em reunir o casal separado.
- Por Rodrigo Zavala
- 07/11/2016
- Tempo de leitura 1 minuto
Um atributo importante do diretor japonês Hirokazu Kore-Eda é a constância para realizar excelentes filmes, como uma sensibilidade técnica, estética e, sem dúvida, emotiva. Basta lembrar Depois da Vida (1998), Ninguém Pode Saber (2004), Seguindo em Frente(2008) e Pais e Filhos (2013), vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes e Melhor Filme de Ficção Estrangeiro na 37ª Mostra de São Paulo.
Aqui, ele volta aos relacionamentos familiares, ao contar uma história de Ryota (Abe Hiroshi), um escritor celebrado por um best-seller que escreveu há mais de uma década e que vive, agora, de bicos como detetive particular chicaneiro. Endividado e enrolador, não paga pensão alimentícia ao filho, que vê perder, aos poucos, para a ex-mulher Kyoko (Yôko Maki) e seu novo namorado.
O porto seguro do protagonista é sua mãe Yoshiko (a hilariante atriz veterana Kirin Kiki) que, apesar de parecer desinteressada e brincalhona, fala ferinas meias verdades aos filhos (há outra irmã vítima de esculhambação) e quer ver Ryota novamente com Kyoko e o neto.
Mas, apesar do humor, Kore-Eda coloca em perspectiva a cobrança que os pais impõem a seus filhos e como essa relação agridoce gera, dentro de um Japão moderno, impacto na vida de cada um deles. E também que lições geracionais perpassaram pela família de Ryota e como será aceita essa realidade quando a metáfora do tufão/tempestade que atravessa a cidade (este também um personagem) passar.