Encharcada de tons vermelhos e verdes, a fotografia da francesa Hélène Louvart é a moldura ideal de uma história em que as sutilezas somam intensidade, evidenciando o ritmo dramático preciso do diretor nesta sua maturidade serena, mas também inquieta. A vida invisível é um primor em suas elipses, em seus não-ditos, em seus saltos temporais, sem que nada se perca, nada sobre fora do lugar e nenhuma pieguice se infiltre. Karim compõe aqui seu melodrama magistral. É o nosso Almodóvar tropical, temperado por um toque do germânico Fassbinder, sem descolar-se da nossa trágica brasilidade.
Entrevista: Karim Aïnouz discute a condição feminina no Brasil dos anos 1950
A Vida invisível concorre ao Independent Film Awards