A sequência de Shazam!, aventura de 2019, repete o elenco e a fórmula do primeiro filme mas tem contra si o fato de não contar mais com a novidade e o frescor do original, que reinventou o personagem. Shazam (Zachary Levi) continua vivendo na Filadélfia sua adolescência interior, sendo o alter ego herói do garoto Billy Batson (Asher Angel), que ganhou seus poderes de um mago (Djimon Hounsou) e resolveu dividi-los com sua turma de irmãos adotivos.
A novidade, então, está em suas inimigas, que são nada menos do que as Fúrias, as filhas do titã Atlas, revoltadas com a perda dos poderes do pai, que teve seu cajado mágico quebrado por Shazam. Recuperá-lo num museu da Grécia é a primeira providência de duas dessas deusas, Héspera (Helen Mirren) e Calipso (Lucy Liu), proporcionando o primeiro espetáculo público do que elas serão capazes.
Lá na Filadélfia, a turminha de Shazam logo será atraída para o confronto com o trio de irmãs, que tem ainda na caçula Anthea (Rachel Zegler) uma integrante com sentimentos eventualmente diferentes - especialmente por sua aproximação com Freddy (Jack Dylan Grazer) que, quando vira super-herói, é interpretado por Adam Brody.
Dirigido pelo mesmo David F. Sandberg do primeiro filme, com roteiro assinado por Henry Gayden, Chris Morgan e Bill Parker, o filme mostra preocupação em oferecer batalhas mágicas o suficiente para manter o público antenado no confronto entre a garotada, de um lado, e as poderosas irmãs - cuja origem está na mitologia grega e não faziam parte dos quadrinhos -, de outro. Hora de a equipe de efeitos especiais trabalhar, e muito.
Em relação ao filme de 2019, Shazam! Fúria dos Deuses ganha em sequências de ação mas perde em humor, contentando-se com as tiradas dos meninos/heróis diante de adversárias que não vieram mesmo para brincadeiras. Esse detalhe eventualmente trava o fôlego do filme em relação ao original, que era bem mais leve e divertido. Mas essa parece ser mesmo a intenção - levar o personagem Shazam rumo ao amadurecimento, ao ter que experimentar uma capacidade extrema de auto-sacrifício, o que faz com que o ator Zachary Levi passe o tempo todo tentando se equilibrar nessa gangorra, entre ser engraçadinho e eficaz como adulto diante de inimigas superpoderosas. De todo modo, as cenas pós-créditos deixam bem claro que se pretende levar mais longe esta franquia da DC.
