Lil Nas X é um artista preto e queer que já deixou uma marca histórica na música com sua Old Town in Road, uma combinação entre country e rap, diferente de tudo, com humor e sagacidade. Da mesma forma, o documentário Lil Nas X: Long Live Montero, apresenta o rapper em sua mais pura forma.
Dirigido por Carlós Lopez Estrada e Zac Manuel, o filme acompanha a primeira turnê do artista, cujo nome real é Montero Lamar Hill, que aconteceu entre setembro e novembro. Mais do que mostrar as apresentações e o backstage, o documentário resgata a história de Lil Nas X.
Ele fala de tudo, de suas origens, de sua arte, mas, em especial, dos desafios de ser um artista negro e queer numa área marcada pela heteronormatividade. Nascido no estado da Geórgia em 1999, seu nome, Montero, foi inspirado no Mitsubishi Montero. Ele ncontrou na internet o local ideal para se expressar, com mêmes e vídeos virais, até que explodiu com Old Town in Road, uma música gravada num pequeno estúdio, que fazia promoção, em menos de uma hora. E o resto, como se diz, é história, que inclui diversos prêmios, entre eles, dois Grammy em 2020.
No palco, como mostra o filme, Lil Nas X é um impacto. Seu cabelo, seu figurino, sua voz e movimentos revelam a grandiosidade de uma artista ciente de sua capacidade e força. Ele e sua equipe tiveram apenas um mês para preparar as coreografias da turnê, conforme é mostrado em imagens em preto e branco.
Deitado numa cama agarrado a um travesseiro, o artista comenta sua vida, sua trajetória, a relação com familiares. Ele também tem um humor peculiar. Dá pedaços de pizza a pessoas que protestam na porta de seu show dizendo que ele é um enviado do diabo. “Eu fui meio malvado com eles, porque a pizza era de abacaxi”, diverte-se.
Tudo em Lil Nas X: Long Live Montero celebra a liberdade do biografado. E não teria como ser diferente: sua arte e sua vida são sobre isso. O filme pode ser sido feito para fãs, mas não há dúvida de que também deverá trazer novos fãs ao músico, o que é merecido.