19/03/2025
Comédia

Tudo acaba em festa

Vlad é ótimo festeiro e péssimo funcionário, mas sua chance de subir no emprego surge quando é escalado para organizar a festa de fim de ano da empresa de cosméticos onde trabalha.

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Festa de fim de ano da firma é tudo igual, só muda de endereço. Filme sobre o assunto, também. Por isso, Tudo acaba em festa mais parece uma reciclagem mecânica de todos os clichês do gênero, sem qualquer inspiração, ou mesmo esforço para ser engraçada. Estão aí os funcionários que bebem demais, dão vexame, sobem na mesa ou colocam para fora todos os sapos que engoliram nos últimos tempos. Há bastante semelhança com a recente A última ressaca do ano, protagonizada por Jason Bateman e Jennifer Aniston, mas, obviamente, nem é proposital, apenas os dois filmes são um amontoado de obviedades tentando se passar por algo cômico.
 
Aqui, o protagonista, Vladimir, é interpretado por Marcos Veras (que também faz algumas cenas como seu irmão gêmeo), que é um bom ator – vide sua participação no Porta dos fundos, na internet – mas que nunca se encontrou no cinema, seja na comédia (Copa de elite), ou no drama (O filho eterno). Porém, não se deve culpá-lo aqui. O filme, dirigido por André Pellenz (Minha mãe é uma peça, entre outros), parece não ter interesse em ser engraçado, confia no piloto-automático, mas esse não funciona.
 
Vlad é um funcionário desregrado do RH de uma empresa de cosméticos, e o longa começa com ele acordando atrasado e narrando sua rotina, uma espécie de muleta que não funciona, nem acrescenta nada à narrativa. Depois acompanhamos sua vida na empresa, onde ele é folgado e um tanto preguiçoso, despertando a ira dos colegas – especialmente de um interpretado por Victor Leal. Na empresa, também conhece sua namorada, Aline (Rosanne Mulholland), no dia em que ela vai fazer entrevista e consegue o emprego de secretária do patrão (Nelson Freitas).
 
Depois que a empresa é considerada como uma das piores a se trabalhar no país, conforme publicado numa revista, porque os funcionários não estão entrosados, o chefe delega a Vlad fazer uma festa que seja um sucesso - seu emprego, aliás, dependerá disso. Essa é a desculpa para colocar um esquete cômico depois do outro. É um tipo de humor mais próximo do televisivo, com personagens e situações histriônicas, como quando a chefe do RH (Maria Clara Gueiros) é demitida, ou a própria festa em si – uma sucessão de gags mal-resolvidas. 
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