Os irlandeses Liam Neeson e Pierce Brosnan são dois inimigos neste western dirigido pelo premiado curta-metragista David Von Ancken, que estréia em direção de longas.A história se passa pouco depois da Guerra Civil norte-americana. Os dois atores interpretam personagens que lutaram em lados opostos do conflito e agora um caça o outro.
O coronel Morsman Carver (Neeson) pretende a qualquer custo matar Gideon (Brosnan), não importando que lei tenha que infringir. Essa sua atitude faz com que ele pareça o vilão da história pela maior parte do tempo, enquanto o outro, um ex-capitão, aparente ser inocente.
O diretor, que assina o roteiro com Abby Everett Jaques, parece preocupado em tocar temas de proporções bíblicas e fazer um filme cheio de alegorias e significados. Carver é obcecado com a sua busca, enquanto Gideon é pintado em tons mais humanos – o que leva a platéia a torcer pelo segundo. Com o tempo, o filme mostra a razão da vingança do coronel.
Von Ancken situa a ação num passado longínquo para falar do presente, de conflitos como o do Oriente Médio e até mesmo da Irlanda do Norte, onde a vingança se torna cíclica e as guerras parecem não ter fim. É nesse momento que o diretor pesa a mão, quando quer forçar as suas alegorias por meio dos personagens.
No fim, acaba desperdiçando a fotografia caprichada de John Toll (ganhador do Oscar por Coração Valente e Lendas da Paixão), num exercício que segue as regras do gênero sem nunca empolgar.