20/05/2025
Drama Comédia

Uma juíza sem juízo

A rigorosa juíza Ariane Felder tem 40 anos, é solteira e não sente falta de relacionamentos ou de uma família. No entanto, depois de beber demais em uma festa, ela descobre que está grávida e, para piorar, de um criminoso considerado canibal pela mídia.

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Vencedora das categorias de melhor atriz, para Sandrine Kiberlain, e melhor roteiro original do Prêmio César deste ano, a comédia Uma Juíza sem Juízo é ligeira em seu humor negro. Afinal, escrita, dirigida e estrelada pelo cineasta Albert Dupontel conquistou o público francês brincando com a ideia de gravidez indesejada, um tema um tanto avesso a piadas.

Mas não seria uma comédia francesa se não extraísse riso do absurdo. Daí a eficácia do roteiro de Dupontel e o trabalho sem censura de Sandrine, que leva o filme. Aqui, ela é Ariane Felder, uma juíza rigorosa, que leva muito a sério seu trabalho. Ao preferir a moralidade dos tribunais e a virtude do trabalho a uma vida social, aos 40 anos não tem amores, amigos ou família.    
 
Tudo isso até decidir embebedar-se na noite de ano novo, com os colegas de trabalho, com a confiança de estar se anestesiando do barulho local. Seria apenas uma ressaca com amnésia alcoólica se não percebesse, meses depois, que está grávida.


Para piorar, descobre que o pai é um desconhecido, o criminoso Bob Nolan (Dupontel), um ladrão de cofres acusado de mutilar um idoso endinheirado e comer seus olhos. Um crime que, aparentemente, não cometeu, mas precisará da cooperação de Ariane para provar o contrário.

O humor criado por Dupontel varia entre o negro, o pastelão é até um tanto infantil, como nas brincadeiras com linguagem de sinais na TV, em participação especial do ator Jean Dujardin (a outra do cineasta Terry Gilliam, como psicopata entrevistado). Mas parecem entrar em sintonia nesta produção, em que mesmo os corações mais gelados podem derreter com piadas.  

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