23/03/2025
Romance Musical Drama

Nasce uma estrela

Ally trabalha num hotel e sonha tornar-se cantora. Um dia, ela conhece Jackson Maine, um cantor de sucesso, que se apaixona por ela e decide ajudá-la. Enquanto ela deslancha na carreira, ele não consegue controlar seu vício pela bebida e as drogas.

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Indicado três vezes ao Oscar como ator, Bradley Cooper estreia na direção com Nasce uma estrela, drama musical que chega aqui à sua quinta encarnação. A história da moça comum que sonha com o estrelato e se liga a um homem já famoso, mas prestes a decair por seus vícios, teve versões em 1932 (Hollywood, direção de George Cukor) e outras três sob o nome Nasce uma Estrela, em 1937, de William A. Wellman, com Janet Gaynor e Fredric March; 1954, novamente de George Cukor, com Judy Garland e James Mason; e a de 1976, de Frank Pierson, com Barbra Streisand e Kris Kristofferson.
 
Bradley Cooper encarna o protagonista, o cantor folk Jackson Maine, um astro de sucesso que não consegue controlar seu alcoolismo. Numa de suas noitadas pós-show, à procura do último bar aberto, ele encontra Ally (Lady Gaga), garota que sonha tornar-se cantora e está num cabaré de travestis, seus amigos, apresentando uma versão da canção francesa La Vie en Rose.
 
Impressionado com Ally, Jack dispõe-se a ajudá-la. E ela vive um sonho de Cinderela quando ele manda buscá-la em casa e a coloca diretamente no palco, ao seu lado, durante um show. Esta associação entre os dois, que mistura carreira e romance, decola com o sucesso vertiginoso de Ally. Ao mesmo tempo, Jack não se desvia do caminho da autodestruição.
 
Um problema que desequilibra o ritmo da narrativa é que o personagem masculino ocupa um pouco de espaço demais na história que, por princípio, devia abrir espaço cada vez maior à estrela que sobe, no caso, Ally. O roteiro – de Eric Roth, Will Fetters e Cooper – também complica desnecessariamente a trajetória da moça com mal-resolvidas intervenções de um empresário (Rafi Gavron) em sua carreira.
 
Um personagem secundário que marca boa presença é Bobby (Sam Elliott), irmão mais velho de Jack, que cuida dele por um tempo e tenta salvá-lo de si mesmo. O carisma deste veterano ator de voz grave, visto em filmes como Butch Cassidy (1969) e Tombstone (1993), garante alguns dos melhores momentos do filme, ainda que sua participação não seja tão central na trama.
 
É visível a dedicação de Cooper para cantar e tocar guitarra no palco. Ele passou um ano estudando guitarra com Lukas Nelson, filho de Willie Nelson, e contratou um coach, Tim Monich, para não fazer feio nos vocais. Por isso, os números musicais dele, seja sozinho, seja em parceria com Lady Gaga, são bons e garantem a adesão da plateia. Há uma certa sobriedade para lidar com cenas de conteúdo mais dramático mas o final é uma explosão sentimental um tantinho além da conta. Enfim, a ideia é encharcar os lencinhos, mais uma vez. 
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