Operação Overlord é várias coisas – exceto um bom filme. É um trash com orçamento polpudo; um longa de guerra com zumbis; uma versão videogame de Bastardos inglórios sem humor ou cinismo – mas nada disso incomoda tanto quanto sua patriotada americana. Produzido por J. J. Abrams, o filme traz, como tudo em que ele toca, uma reviravolta que na cabeça dele sempre parece ser mais interessante e surpreendente do que realmente é.
Dirigido por Julius Avery, o filme tem como protagonistas um grupo de paraquedistas norte-americanos, na França, com a missão de destruir uma torre numa vila no interior do país. Uma série de incidentes os levam a se esconder numa casa onde vivem uma moça, seu irmão caçula e a tia doente, que vive trancada num quarto.
Na torre, conforme descobre o protagonista (Jovan Adepo), coisas horrendas acontecem – comandadas por um médico nazista que pretende ajudar a criar o Reich de Mil Dias. Há momentos risíveis, outros apenas nojentos mesmo. Há também uma cena em que uma mulher imita a heroína Ellen Ripley de maneira anódina. Mas, no fundo, tudo é meio desrespeitoso e um tanto oportunista, ao usar atrocidades reais como desculpa para roteiro de filme trash.
Para não dizer que Operação Overlord seja de todo ruim, talvez o longa sirva para lembrar que os nazistas são, usando uma expressão da moda, “do mal” – o que pode ser um recado ainda necessário em nosso tempos. Sob a forma de videogame, como o longa é feito, a mensagem pode chegar com mais eficiência a gerações que precisam dela.