Filme de roubo é um subgênero marcado por uma cartilha particular, como todo gênero, seguida quase à risca pelo diretor Flavio Frederico em seu Assalto na Paulista, livremente inspirado em fatos que aconteceram em 2015, quando, na madrugada de um sábado para domingo, cofres foram abertos e esvaziados num banco na avenida que empresta o título ao longa.
A partir dessa premissa, o roteiro de Mariana Pamplona cria personagens e situações fictícias. Como manda o protocolo, o roubo é a parte central do filme, que começa com a preparação, mas também traz flashbacks contando o passado de alguns personagens.
Rubens (Eriberto Leão) é um chefão do crime no interior de São Paulo, que planeja o roubo com sua filha adotiva, Leônia (Bianca Bin), uma jovem que, anos atrás, fugiu da Bahia, durante sua festa de 15 anos, depois de matar o pai que tentava estuprá-la. Há outros personagens secundários tanto no presente do crime quanto nos flahsbacks, mas nenhum acaba sendo muito marcante.
Entre as idas e vindas no tempo e espaço, o longa acompanha a ação dentro dos cofres do banco, onde há desentendimentos entre a quadrilha, momentos de tensão, como com um segurança que está o tempo todo se drogando, ou quando uma pessoa é atropelada em frente ao banco e a polícia vem em seu auxílio.
A construção de Assalto na Paulista, no entanto, não foge muito dos clichês do gênero. Tudo parece um tanto apressado e óbvio. O filme parece confiar demais no inusitado da situação para se dar trabalho de desenvolver melhor a ação, os personagens ou o sotaque irregular de parte do elenco. Por outro lado, tecnicamente, o filme é bastante acertado – em especial a fotografia de Carlos André Zalasik.