10/12/2024
Policial Comédia

Serial Kelly

Kelly é uma cantora de forró eletrônico em ascensão. Porém, enquanto faz uma turnê pelo Nordeste, deixa um rastro de sangue pelo caminho, matando homens, o que gera uma investigação da polícia.

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Primeira protagonista de cinema da cantora Gaby Amarantos, Kelly é uma cantora de forró eletrônico que viaja pelo sertão nordestino, fazendo shows em pequenas espeluncas. Mas, por onde passa, deixa cadáveres. Serial Kelly, o primeiro longa de Renê Guerra, é uma comédia alucinada que, de forma transgressora, retrata sua protagonista como uma serial killer empoderada.
 
Fosse um drama sério, talvez o filme se tornasse alvo de cancelamento, ao colocar uma mulher forte como assassina. Mas a inventividade do roteiro, assinado por Guerra e Marcelo Caetano, está exatamente em não levar isso a sério, e apontar que, fosse a protagonista um homem, ela seria cultuada como matador. Nesse sentido, o filme é bem singular ao expor algumas características da sociedade brasileira.
 
Em contrapartida, há também uma investigadora na cola da assassina, interpretada por Paula Cohen. Assim, o filme coloca em cena, duas mulheres em personagens tipicamente masculinos. Kelly é dona de si mesma, especialmente de seus desejos sexuais, e uma estrela em ascensão, ainda que seja apenas no seu pequeno mundo.
 
A fotografia vibrante de Pedro Urano ressalta as paisagens naturais do trajeto de Kelly com o artificialismo da luz dos inferninhos onde ela se apresenta – e esse é um dos pontos altos do filme, assim como Amarantos, no palco, que obviamente é o seu métier. Ainda assim, falta ao filme uma liga, algo que concatene melhor suas ideias e estética, que, às vezes, parecem diluídas demais.
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