08/09/2024
Aventura

Os Três Mosqueteiros - Milady

Em busca de recuperar sua amada Constance, raptada por desconhecidos, o mosqueteiro D'Artagnan (François Civil) encontra, na verdade, Milady de Winter (Eva Green), aprisionada pelo traiçoeiro conde de Chalais. Libertando-a, D'Artagnan também foge e se envolve, com os outros mosqueteiros, na busca de elucidar quem está realmente comandando a conspiração contra o rei Louis XIII. No Telecine.

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O empoderamento feminino está no centro desta sequência da aventura lançada em abril, Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan. Milady de Winter (Eva Green), a assassina a serviço do conspirador cardeal Richelieu (Eric Ruf), comanda os acontecimentos do filme, novamente dirigido por Martin Bourboulon.

Energia não falta a esta mulher misteriosa, sedutora e muito bem-preparada para encarar uma luta corporal contra qualquer homem, sacando de algum lugar uma providencial adaga ou punhal para o golpe de misericórdia. Na sequência inicial, porém, ela está prisioneira e quem chega para salvá-la é o mosqueteiro D’Artagnan (François Civil) - que no entanto procurava por sua amada Constance (Lyna Khouri), raptada no final do primeiro filme. 

O destino de Milady e d’Artagnan continuará se entrelaçando à medida que outras intrigas atravessam o caminho do rei Louis XIII (Louis Garrel), seu irmão e comandante das tropas Gaston (Julien Frison) e, por tabela, dos mosqueteiros defensores da casa real, Athos (Vincent Cassel), Aramis (Romain Duris) e Porthos (Pio Marmaï), assim como D’Artagnan.

Traição é o tempero destas intrigas palacianas, em que os mosqueteiros tentam identificar quem é o real líder da conspiração contra o rei, uma figura cuja falta de brilho dá ensejo a ambições deslocadas. Enquanto isso, muitas lutas, algumas envolvendo Milady, outras não, como a formidável sequência envolvendo a batalha pelo porto de La Rochelle, que inclui o ataque a um forte por terra e mar.

Dito isso, parece que o filme desperdiça alguma energia ao acompanhar a agenda secreta de Milady e uma inesperada descoberta de Athos, que poderia ter sido mais intensamente desenhada. Num determinado trecho, o filme se dá ao luxo de perder de vista temporariamente sua inegável protagonista, o que é, de certa forma, um desvio de rumo. 

Há uma forte aposta no romantismo desbragado na busca de D’Artagnan por Constance, mas se poderia esperar mais ambiguidade no envolvimento dele com Milady - que tem no seu corpete preto uma de suas armas mais letais. 

Uma trama secundária, envolvendo a irmã de Aramis, Mathilde (Camille Rutherford), pretende dar um certo alívio cômico a um filme que tem poucos - mas não tem fôlego suficiente para tanto. Milady é certamente uma personagem poderosa demais para permitir qualquer concorrência. Enquanto ela está em cena, não há como tirar os olhos dela, até porque tudo pode acontecer. 

Numa história que prometia apenas dois filmes, o final sugere uma continuação, já que não fechou o arco de uma personagem fundamental. Tomara que o terceiro filme resgate isso e também dedique mais espaço à rainha Ana (Vicky Krieps), tão pouco utilizada aqui.

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