A jovem atriz Giulia Benite ficou famosa interpretando a personagem Mônica nos primeiros filmes e série da Turma da Mônica. Em Chama a Bebel, ela novamente interpreta a protagonista, Maria Isabel, mais conhecida como Bebel, uma adolescente PCD, que muda da pequena cidade do interior para uma maior, onde continuará os estudos.
Giulia tem carisma e talento suficientes para conduzir o filme. Sua personagem tem como ídola a ativista Greta Thunberg, e, por isso, se envolve em causas ambientais. “Eu aprendi a não conviver pacificamente com o que está errado”, diz ela ao primo, Beto (Antônio Zeni).
Sair da sua cidade significa deixar para trás a mãe (Larissa Maciel) e o avô (José Rubens Chachá), e morar com a tia (Flavia Garrafa), o primo Beto e o tio (Evandro Soldatelli). Na escola, ela sofre preconceitos por usar cadeira de rodas e ter vindo do interior. Seus únicos amigos são o primo e Zico (Gustavo Coelho), e, claro, há o grupo de riquinhos da escola que só pensam em redes sociais e moda, além de maltratar Bebel.
Escrito e dirigido por Paulo Nascimento, Chama a Bebel é um filme repleto de boas intenções, seja nas propostas de projetos sustentáveis ou de inclusão, mas, como cinema, é ingênuo demais, com personagens com poucas nuances – excetuando a protagonista – e tipos mais comuns em produções juvenis dos anos de 80 e 90 do que agora. Não parece estar muito em sintonia com a sensibilidade juvenil dos dias de hoje, já muito mais consciente sobre ecologia e sustentabilidade do que no passado.
De qualquer forma, Giulia se destaca e assegura como uma jovem atriz de potencial. Sem a sombra da personagem famosa, Mônica, ela se destaca por si mesma, com força e sagacidade.