Não há a menor dúvida de que a grande estrela de Uma prova de coragem não é Mark Wahlberg, mas o vira-lata que se une a uma equipe que participa de uma prova de resistência. Baseado no livro do sueco Mikael Lindnord, o filme transforma o protagonista num estadunidense, chamado Michael Lind, que se tornou chacota após, anos atrás, fazer sua equipe ficar atolada na lama numa Adventure Racing World Championship, na Costa Rica.
Interpretado por Wahlberg, Lind carrega essa frustração e vergonha até hoje, trabalhando como corretor de imóveis com seu pai. A possibilidade de reparação aparece com uma nova Adventure Racing. Mas, para isso, precisa montar uma nova equipe e de um patrocinador, que só aceita investir (metade do montante necessário) se o time contar com Leo (Simu Liu), antigo companheiro de aventura do protagonista, que se tornou uma estrela das redes sociais.
Além deles dois, a equipe terá Chik (Ali Suliman), o navegador do grupo, com problemas no joelho, e a novata Olivia (Nathalie Emmanuel), especialista em escaladas, que aceita participar para agradar a seu pai. Ao longo da jornada, chega Arthur (interpretado pelo ator canino Ukai), que por acaso, se une ao grupo, depois de ganhar umas almôndegas de Lind numa parada.
Dirigido por Simon Cellan Jones, Uma prova de coragem se vale dos mais batidos artifícios para emocionar, do cachorro fofinho a pai com câncer, mas a jornada é tão bem construída, que dá até para aceitar. O filme sabe como criar tensão durante a maratona, apesar de tudo um tanto previsível.
Os humanos são, no entanto, altamente sem graça, fazem tudo como o esperado, sem muita novidade ou paixão - é quase num piloto automático o que sobra para Arthur carregar o filme nas costas. Ele é fofo, mas sem precisar se esforçar para isso, é fofo por natureza mesmo, e isso é um grande mérito aqui.
