25/04/2025
Terror Ficção científica

Alien - Romulus

Para fugir da opressão de uma Terra apocalíptica, a jovem Rain e seu androide Andy se unem a um grupo e rumam para outro planeta. No caminho encontram uma estação espacial abandonada e se deparam com uma assustadora forma de vida. Na Disney +

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Alien - Romulus pode não reinventar a franquia nascida em 1979, mas explora diversas opções com muito gosto, deixando novos elementos para possam ser aprofundados em futuros filmes – em especial uma criatura bastante assustadora. Dirigido pelo uruguaio Fede Alvarez, o filme abraça a mitologia da série criada e produzida por Ridley Scott, e encontra em Cailee Spaney uma protagonista à altura da Ellen Ripley de Sigourney Weaver. 

O roteiro, assinado pelo diretor e Fede Alvarez, não perde tempo com preâmbulos na Terra, apenas mostra que Rain (Spaney) e seu “humano artificial”, como seu robô prefere ser chamado, Andy (David Jonsson), precisam sair do planeta. E isso acontece com um grupo de amigos: Tyler (Archie Renaux) e sua irmã Kay (Isabela Merced), Bjorn (Spike Fearn) e Navarro (Isabela Merced). Como é sabido dos filmes Alien, não é bom se apegar a nenhum personagem. 

A ideia é rumar a um planeta completamente terraformado, mas no caminho encontram uma estação espacial abandonada. Surpresa, está cheia de aliens. Antes disso há toda uma preparação e a criatura mais famosa e formosa, o Xenomorfo, é mostrado em toda sua glória na hora certa. Antes disso ainda, enquanto tentam encontrar a câmara de criogênio para dormirem pelos anos que dura a viagem, esbarram num antigo androide, Rook, interpretado por uma fusão entre as imagens e a voz de Ian Holm, que morreu em 2020, e Daniel Betts. Ele lhes explica quem são aquelas pequenas criaturas rastejantes pelas quais estão sendo perseguidos, mas, mais do que isso, domina Andy dando-lhe novas instruções que colocam a vida de todos em risco. 

A série Alien nunca escondeu que um de seus temas centrais é a maternidade. Da imagem icônica da criatura saindo da barriga de Sigourney Weaver à proteção da menina Newt, que a mesma personagem dá em Aliens: O Resgate. Aqui não é diferente. As personagens femininas são figuras que lidam com essa questão. Pouco depois de sair da Terra, Kay descobre que está grávida. Isso será importante ao longo do filme. 

Spaney, a cada filme, se revela uma grande atriz, desde que se destacou interpretando Priscilla Presley da adolescência à maturidade no filme de Sofia Coppola, ou a jovem fotógrafa em Guerra Civil. Aqui assume o arriscado papel de uma personagem em filme de ação e terror, um gênero nem sempre marcado por personagens complexos, especialmente femininos. Mas a franquia Alien sempre foi uma exceção. E sua personagem demonstra uma variedade e complexidade de sentimentos, desde a relação terna com Andy, que é seu protetor, até as cenas mais físicas confrontando Xenomorfos. 

Visualmente, também, Alien - Romulus é prodigioso com um desenho de produção criativo e soturno ressaltado pela fotografia de Galo Olivares. O diretor Alvarez encontra um tom acertado entre a homenagem (em especial aos dois primeiros filmes com referências claras a eles) e a novidade. E, da maneira como termina, promete algumas sequências que têm tudo para manter, ao menos, o mesmo nível

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