Situado anos antes dos eventos retratados na famosa trilogia O Senhor dos Anéis, O Senhor dos Anéis - A guerra dos Rohirrim se vale de personagens criados por J. R. R. Tolkien para uma trama original, protagonizada pela jovem Héra, filha de Helm Mão-de-Martelo, que ajudará seu pai a defender o reino de Rohan.
Com uma trama muito mais acessível que qualquer um dos três filmes originais e bem menos enfadonha do que qualquer filme da trilogia inspirada em O Hobbit, essa animação dirigida por Kenji Kamiyama na verdade usa discretamente (de forma quase descartável) elementos dos livros, mas vem com o lastro da franquia e liga pontos de forma sutil com os outros filmes.
Feita ao modo dos animes com belos traços e estilização estética que dá potência e fôlego ao filme, evita-se assim a cartilha, ao menos estética, de Hollywood. A protagonista tem seu charme, embora esteja longe de ser original; é só mais uma princesa rebelde não muito diferente das várias que a Disney tem criado nos últimos anos, mas tem lá seu carisma.
Tudo começa com um pedido de casamento, quando Wulf, filho de Freca, propõe a Héra, mas não ela não o aceita. Na sequência, os pais dos dois acabam brigando, o que resulta na morte de Freca. Wulf jura vingar-se de Helm Mão-de-Martelo, de sua família e seu reino. Disso surgirá a guerra dos Rohirrim.
A trama basicamente é o empoderamento de Héra em auxílio ao seu pai e irmãos na luta contra Wulf e seu exército de Dunlendings, dispostos a tomar o poder sem se preocupar se irá dizimar a população.
Sem tanta pompa quanto O Senhor dos Anéis, mas ainda assim com nomes complicados e lugares fantásticos, forma-se uma espécie de base para o que virá depois. Estranhamente, no entanto, o filme assume um ar de pró-monarquia retratando o clã de Helm Mão-de-Martelo em sua nobreza e abnegação, deixando de lado qualquer interesse nos personagens plebeus, que são pobres e sofridos.