14/02/2025
Terror Drama

Eu Vi o Brilho da TV

Owen leva uma vida sem graça no subúrbio até que sua amiga Maddy lhe mostra um estranho programa noturno de televisão, no qual um mundo sobrenatural se abre e transforma sua vida, embaraçando realidade e pesadelo.

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Eu vi o brilho da TV abre com um trecho da música Anthems for a Seventeen Year-Old Girl, do Broken Social Scene, numa gravação de yule. É uma versão estranha para uma música que, em si, já nasceu levemente estranha. A partir disso, Jane Schoenbrun, que assina roteiro e direção, cria um filme de estranhamentos, que nos tira do lugar-comum ao desafiar as narrativas habituais de personagens queers e trans.

Schoenbrun lança-se o tempo todo a essa busca desafiadora e, talvez, quase impossível de, nesse momento, estabelecer essa nova forma de narrar essas experiências. Ela é uma pessoa trans também, e muito aqui deve vir de uma experiência próxima à sua de viver uma espécie de vida dupla, a real cotidiana e a interna sonhada, que não pôde ser externalizada até certo momento.

É um filme que brilha a neon e à luz de aparelhos de televisão antigos. A jornada das duas pessoas jovens centrais no filme é a da autocompreensão diante de um mundo - especialmente dos anos de 1990 - que não faz a menor questão de compreender essas pessoas.

Nesse sentido, o filme se torna exemplar exatamente na sua construção formal de buscar a sua linguagem e sua estética. Toma algo de emprestado dos anos 1990, mas faz um pastiche consciente que ilumina o presente, com uma luz mais forte e natural do que a da televisão - a luz interior das personagens

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