Metade cachorro e metade humano. Assim o Homem-Cão, que nasce quando uma bomba explode, destruindo a cabeça de um policial e o corpo de seu fiel parceiro canino. No hospital, os médicos decidem salvar o que sobrou, e juntam as duas partes, e daí nasce um herói destemido e incomum. Já nesse prólogo surreal, o diretor Peter Hastings dá o tom da sua animação, baseada nos quadrinhos infantis de Dav Pilkey, mesmo criador do Capitão Cueca.
Homem-Cão é um filme que desconhece limites. Seu humor é, ao mesmo tempo, ingênuo e ácido, e tem no protagonista uma figura esperta e fofa pronta para todas as missões. Porém, nem tudo é comédia aqui, há uma subtrama bastante emotiva e sincera em suas emoções, envolvendo o vilão, o gato Petey, que pretende dominar o mundo.
Como a cabeça vem do cachorro, o protagonista não fala, mas emite sons caninos e tem uma tendência a lamber as pessoas e manter uma paixão por sua bola de tênis. O Chefe de Polícia estranha ter essa criatura em sua força, mas o animal-gente se revela um dos melhores em sua função. Até que a prefeita da cidade resolve que ele não é mais apto para o caso envolvendo Petey, que inúmeras vezes é capturado, mas consegue fugir.
Seu plano mais recente envolve fazer um clone seu. Mas, sem ler as instruções da máquina, o que sai dela é um pequeno gatinho, que só se tornará um clone efetivo quando fizer 18 anos. Enquanto espera a chegada do botão (que é vendido separadamente) para desfazer o clone, o gatinho toma Petey como pai, que, com o tempo, também se afeiçoa a ele, embora tente manter sua fama de mau. E, inesperadamente, o clone acaba se afeiçoando também ao Homem-Cão.
Quando um peixe maligno é revivido e, com a ajuda de prédios que ganharam vida, tenta dominar a cidade, Petey e o Homem Cão precisam se unir para salvar o pequeno clone, que foi capturado.
Embora, obviamente, o humor seja feito na medida para o público infantil, o filme é tão insano em sua criatividade que é impossível que os adultos também não se divirtam. Visualmente, em tons sólidos e coloridos, o longa é vibrante, divertido e repleto de energia, como seus personagens. Com tanto potencial ainda a ser explorado – a série já conta com mais de 10 HQs –, não será surpresa se esse for o primeiro capítulo de uma bem-vinda nova franquia.