17/04/2025
Romance Musical Infantil

Branca de Neve

Branca de Neve é uma menina que vive feliz com seus pais, um rei e uma rainha, até que com a morte da mãe, seu pai se casa novamente. Quando ele desaparece numa guerra, a madrasta se revela como a Rainha Má, e maltrata a garota. Nos cinemas.

post-ex_7

A Disney se coloca numa posição dúbia com a nova versão do conto da Branca de Neve. Ao mesmo tempo que tenta renovar – e muda o título para apenas Branca de Neve –, o estúdio quer manter-se fiel à animação original, de 1937, aquela que leva o título completo. Dessa forma, o filme de Marc Webb não sai do lugar, não traz nada de novo, e também é bem abaixo do longa antigo. 

Desde que a Disney começou com essa mania de refilmar com atores (ou CGI, no caso de O Rei Leão) suas animações clássicas, é um tiro n’água atrás do outro. E talvez não tivesse como ser diferente aqui, a começar pelo elenco. Gal Gadot, que faz a Rainha Má, nunca foi uma atriz expressiva ou, ao menos, carismática. Aqui, suas limitações ficam escancaradas na tela.  Sua única habilidade, por assim dizer, é torcer o canto da boca quando diz uma fala brava. Rachel Zegler, na personagem-título, é mais esforçada, mas atuar com anões de CGI não deve ter sido fácil mesmo, embora ela faça seu máximo. 

O roteiro de Erin Cressida Wilson introduz algumas mudanças, como o Príncipe Encantado que não é um príncipe, muito menos encantado, é um plebeu, uma espécie de Robin Hood, que rouba para alimentar seu vilarejo, chama-se Jonathan, e é interpretado por Andrew Burnap. Fora isso, a história segue mais ou menos o que já é conhecido. Branca de Neve vive feliz com os pais (Hadley Fraser e Lorena Andrea), que governam seu reino com amor e bondade. Quando a mãe morre, o pai se casa com uma bela mulher. Quando ele desaparece numa guerra, ela toma o posto de Rainha, se mostra má, e transforma a menina em sua empregada. 

Há ainda, é claro, toda a trama envolvendo o espelho mágico para quem a Rainha Má pergunta, todos os dias, quem é a mais bonita do reino, e a resposta é ela. Até que um dia a resposta muda – coincidentemente, quando a Branca de Neve conhece Jonathan e se torna a mais bonita do reino, segundo o artefato. Enfim, quando o caçador fica com pena dela, a jovem foge e encontra refúgio na casa de sete anões, que trabalham numa mina de pedras preciosas. Com pequenas adaptações, há tudo o que se espera da história, culminando no feitiço que coloca a protagonista para dormir.  

Enfim, se arrisca muito pouco, apesar da escolha de uma atriz latina para a protagonista. Nos últimos anos, Branca de Neve tem sido alvo de várias versões, desde uma mais cômica e fantástica, como Espelho, Espelho Meu, protagonizada por Julia Roberts e Lily Collins, a outra mais soturna e em tom de aventura, em Branca de Neve e o Caçador, com Kristen Stewart e Charlize Theron. 

A verdade é que a história já está batida demais, mesmo quando se tenta trazer elementos novos, não se foge do óbvio, com os denominadores comuns em todas as versões. Não ia ser a Disney, obviamente, que iria arriscar e trazer algum frescor. Nem as músicas novas – de Benj Pasek e Justin Paul, os mesmos compositores de La La Land – fazem diferença. 

post