O documentário O Menino d’Olho d’Água, dirigido por Lírio Ferreira e Carolina Sá, foi selecionado para o IDFA 2024 (International Documentary Film Festival Amsterdam), um dos festivais de documentários mais prestigiados do mundo. O filme, que será exibido na categoria Luminous, retrata a vida e a obra do icônico músico brasileiro Hermeto Pascoal. O festival acontece entre 14 e 24 de novembro.
O longa constrói sua narrativa em três frentes principais: uma performance recente de Hermeto, aos 88 anos, que capta sua energia artística em pleno vigor; uma exploração de suas lembranças de infância no sertão de Alagoas, revelando a origem de suas influências musicais; e uma conversa intimista com o artista, em que ele compartilha sua música e reflexões sobre seu processo criativo.
Diretora do longa, a cineasta Carolina Sá, exaltou a figura de Hermeto Pascoal e comentou sobre a seleção do filme para o festival: “Hermeto Pascoal é chamado pelos seus pares de bruxo, mestre e campeão. Ele toca com os pássaros, os sapos e também com grandes músicos, como Elis Regina e Miles Davis. Sua música é universal e é regional. Fazer a primeira exibição de O Menino D´Olho D’água, um mergulho poético na obra de Hermeto para o público do IDFA, esse festival que admiramos e que acredita em obras criativas nos deixa felizes, honrados e iluminados. Uma alegria para qualquer cineasta e amante da música.”, comentou Carolina.
Lírio Ferreira, que dirige o documentário com Carolina, também comentou sobre a seleção do longa. "Hermeto Pascoal no IDFA é o máximo. Não haveria lugar mais luminoso para essa estreia mundial. Nossa montanha encontra sua paisagem ideal", declarou o cineasta.
Diogo Dahl, que assina a produção do longa através da Coqueirão Pictures, também comentou sobre a seleção do filme para o festival e destacou a importância de levar a obra de Pascoal para um público internacional. “A grande alegria de produzir O Menino d’Olho d'Água foi que, desde o começo, eu tinha a vontade de fazer um filme que dialogasse com a obra de Hermeto. Um filme à altura do experimentalismo, lúdico, lírico, que remetesse a Pascoal. E acho que fizemos um filme que é a cara do Hermeto. Você o vê, você o ouve, você o sente como se fosse Hermeto. Então, para mim, essa é a grande sensação de dever cumprido. E o mais legal é que estamos no IDFA, né? Podemos levar esse filme para uma audiência internacional, no maior festival de documentários do mundo. Isso já é uma grande vitória para a gente.”