28/04/2025
Suspense Policial

O Silêncio da Chuva

Um homem é encontrado morto, com três tiros, em seu carro. Caberá ao detetive de polícia Espinosa, ao lado da policial Daia, investigar o crime, que o levará à viúva e à amante da vítima.

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Em O Silêncio da Chuva, o diretor Daniel Filho se aventura numa espécie de neonoir brasileiro de maneira eficiente, atualizando o romance homônimo de Luiz Alfredo Garcia-Rosa e trazendo Lázaro Ramos como o famoso detetive de polícia Espinosa. O longa segue mais ou menos as regras do gênero e, por isso mesmo, sem grandes invencionices é competente, pois cria uma trama policial intrincada e bem-construída, com roteiro de Lusa Silvestre.
 
Tudo começa com um crime misterioso – como sempre. O executivo Ricardo (Guilherme Fontes) é encontrado morto no banco de seu carro numa rua no Rio de Janeiro, numa noite chuvosa. Três tiros, cena do crime toda alterada e algumas possibilidades cruzam a mente de Espinosa que, nessa investigação, conta com a parceria da policial Daia (Thalita Carauta, excelente no filme). Do improvável suicídio ao possível crime passional são as linhas que o detetive cogita.
 
Entram em cena os elementos comuns: a femme fatale, a viúva do morto, Bia (Claudia Abreu); a secretária e amante, Rose (Mayana Neiva); e outras pessoas interessadas na morte do executivo, como seu sócio (Anselmo Vasconcellos) e o amante da mulher (Bruno Gissioni). Daniel Filho, em parceria com a montadora Diana Vasconcellos, articula os elementos de forma a criar uma rede de intrigas, tornando todos realmente possíveis assassinos.
 
Quando vem à tona um seguro de vida polpudo, as coisas se complicam mais. É quando o novelo começa a ser aberto e os cadáveres a se empilhar. Nem tudo é muito bem-amarrado nessa trama. Alguns personagens, como um jovem ladrão e chantagista (Peter Brandão), parecem meio perdidos. Uma das figuras centrais parece ficar sem um final no filme, mas isso é algo que será resolvido numa cena no meio dos créditos finais.
 
Muito ajudam as interpretações precisas, em especial de Ramos e Carauta, enquanto a construção das personagens transita entre as nuances e algo propositalmente caricato, como com a viúva e um agente de seguros interpretado por Otávio Müller, um tipo rodrigueano como ele faz tão bem, um sujeito repleto de reacionarismo e machismo que, como se sabe, existem aos montes.
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