28/04/2025
Desenho animado

Procurando Nemo

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A parceria Pixar e Walt Disney há tempos vem provando que suas animações não são apenas inteligentes, mas modelos de entretenimento para todas as idades. Tem sido quase uma regra que a cada longa destes parceiros se some mais um êxito de público e de crítica, superando o anterior. Cabe falar que o fato se deve mais à inovação tecnológica e criativa da Pixar do que propriamente à fórmula música e alegria dos estúdios Disney. De fato, Procurando Nemo é um exemplo categórico disso. Afinal, superou em muitos milhões a bilheteria de Monstros S.A. (2002), uma das mais excepcionais criações da animação americana, depois de Toy Story e sua seqüência (1995 e 1999) e Shrek (2002), e consegue ser tão ou mais inteligente do que os últimos.

E prova de sua bem-sucedida inserção no mercado vai além dos quase US$ 200 milhões arrecadados em apenas três semanas de exibição nos Estados Unidos. Em seu fim de semana de estréia, empresas de limpeza de Los Angeles receberam centenas de ligações de pais desesperados, querendo trazer de volta os peixes de aquário que seus filhos, encantados com o desenho, jogaram no vaso sanitário.

Explica-se: o filme traz a informação de que todo esgoto vai para o oceano, portanto, os peixinhos enclausurados para a diversão humana poderão voltar ao seu habitat natural após atravessar as tubulações de saneamento básico. Mas essa ingrata (des)iformação pode passar como licença poética para uma produção que tem em seu extraordinário senso de humor e tecnologia em animação as chaves para recriar um fantástico universo submarino, povoado de personagens inesquecíveis.

Tudo começa quando o pequeno Nemo é capturado por um grupo de mergulhadores amadores na costa da Austrália e levado para um aquário de um dentista. Seu neurótico pai, Marlin, que após tragédias familiares jura que não vai deixar nada acontecer a seu filho, vai em seu encalço. Compensando até certo ponto todos os problemas que Marlin terá de enfrentar para chegar a Sidney, ele contará com a ajuda de uma das mais divertidas criações da Disney: Dory. Um peixe que carece de memória imediata, dublada originalmente pela atriz Ellen DeGeneres, que não apenas sabe ler inglês, como também fala "balenês", o sonoro idioma das baleias.

Neste épico de qualidade indiscutível, ainda há espaço para nomes como Willem Dafoe, Geoffrey Rush e Albert Brooks, em deliciosas interpretações de voz na versão original. A química entre tecnologia e performance deixa os personagens bem delineados e perfeitamente de acordo com o que um adulto e uma criança esperam de um bom filme. Engana-se quem pensa que a dublagem possa acabar com o filme. Pais que acompanharem seus filhos ao cinema poderão ver um salto de qualidade cena a cena. Um cuidado que poderia tornar-se referência de todas as produções.

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