08/09/2024
Aventura Infantil

Amigos imaginários

Bea perdeu a mãe ainda criança, e agora seu pai está no hospital onde passará por uma cirurgia no coração. Enquanto tenta lidar com o medo de o perder também, descobre que num apartamento no prédio de sua avó vivem amigos imaginários que foram esquecidos por suas crianças.

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Em seu primeiro filme infantil, Amigos Imaginários, o ator e diretor John Krasinski assume um tom e um universo tipicamente Spielberguianos. Seus filmes mais conhecidos, Um lugar silencioso e sua continuação, flertavam com o horror, mas aqui é pura fantasia dedicada ao público mirim. 

A protagonista é Bea (Cailey Fleming), uma menina que perdeu sua mãe ainda bem pequena, e vive com o pai, interpretado por Krasinski, que agora está no hospital, com um problema no coração. Isso é um novo gatilho para a menina, que ainda sofre com o trauma da perda da mãe e acredita que o pai também irá morrer. 

Enquanto isso, ela se hospeda no apartamento da avó (Fiona Shaw), num prédio antigo. Porém, uma noite ela nota duas criaturas peculiares, Blossom e Blue, e descobre que são amigos imaginários de seu vizinho, Cal (Ryan Reynolds), um sujeito todo confuso.

O roteiro, assinado pelo próprio Krasinski, também, acompanha Bea e Cal numa jornada em busca de reunir amigos imaginários com seus antigos amigos humanos. Nesse sentido, o longa dá liberdade total à criatividade, inventando as criaturas mais peculiares e lúdicas. 

Porém, nem sempre Amigos Imaginários dá conta de tudo a que se propõe. Há a história da menina lidando com seus traumas, e encontrando a resposta para isso no mundo da fantasia. Mas existem, também esse mundo da fantasia e os dois nunca parecem se encontrar de forma orgânica. Quando os amigos imaginários estão em cena, eles não têm muito o que fazer, fora serem fofos e esquisitos. 

Assim, a história de Bea com o pai é mais forte do que a dela com as criaturas, pois essa nunca conseguem se transformar em personagens com mais dimensões. Estão em cena apenas para ilustrar a tela com suas esquisitices. Talvez eles sejam em número grande demais, o que atrapalhou que fossem mais desenvolvidos. 

De qualquer forma, Krasinski vai direto ao lado emocional dos filmes infantis de Spielberg, para o bem e para o mal. Pode haver lágrimas, mas, muitas vezes, elas vêm de forma forçada às custas de exageros emotivos – além de uma “reviravolta” final – que pega no que pode haver de mais temeroso para uma criança: a perda dos pais. 

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