Não fosse pelo aposto, alguém mais desavisado cogitaria que Sting – Aranha Assassina seria uma cinebiografia do famoso cantor britânico. Não há campos de ouro no longa escrito e dirigido pelo australiano Kiah Roache-Turner, mas sim uma aranha alienígena que chega à casa de uma pré-adolescente em Nova York, vinda num cometa durante uma nevasca.
Seguindo a tradição de filmes sobre animais com sede de sangue, esse traz meia dúzia de personagens descartáveis, todos e todas confinados a um prédio decadente por causa da neve. Por acaso, a garota Charlotte (cujo nome, claramente, vem do clássico infantil A menina e a aranha, no qual o inseto se chama Charlotte), interpretada por Alyla Browne, encontra o aracnídeo no apartamento da avó, e o leva para o apartamento de sua família, onde vive com a mãe (Penelope Mitchell), o padrasto (Ryan Corr) e o meio-irmão recém-nascido.
Tenta-se enta trazer alguma ressonância emocional colocando conflitos entre Charlotte e o padrasto. Ele é quadrinhista, mas, como o dinheiro é pouco, também, trabalha como zelador do prédio de propriedade da irmã de sua sogra. Ele e a menina têm uma boa relação, ela dá diversas sugestões à arte dele, e ela mesma cria seus quadrinhos. Uma briga boba acaba com a amizade, mas isso não importa quando uma aranha alien está em sua casa crescendo exponencialmente.
Roache-Turner não se importa muito com a trama, personagens ou visual, segue apenas a cartilha do gênero, com cenas nojentas e humanos cuja vida é simplesmente descartável. Há momentos de humor fora de lugar, e a personalidade adultizada e rebelde de Charlotte é irritante, transformando-a numa criança chata ao invés de heroína. A ideia original, da aranha espacial, pode soar mais divertida do que a execução pobre de Sting – Aranha Assassina.